Congresso JDMIA debate o futuro do jornalismo diante da IA e novas tecnologias

A Inteligência Artificial (IA) e o desafio da Literacia Mediática foram o mote para a 7ª edição do Congresso Internacional Jornalismo para Dispositivos Móveis e Inteligência Artificial (JDMIA), que decorreu nos dias 13 e 14 de novembro. O evento realizou-se no Anfiteatro I – Cinubiteca, na Universidade da Beira Interior (UBI), onde reuniu investigadores, profissionais e estudantes para debater o futuro e a evolução do jornalismo e celebrar os 30 anos do jornalismo digital.

Embora se apresente como a 7ª edição, o congresso conta, na verdade, com oito anos de história, com origem nos pioneiros “Encontros da Montanha”. A iniciativa aconteceu um ano e meio após o lançamento do primeiro Iphone e começou a debater o jornalismo móvel. Posteriormente, o formato evoluiu para JDM (Jornalismo Digital e Móvel) e, mais recentemente, agregou a componente da Inteligência Artificial, dando origem ao JDMIA.

O programa do JDMIA arrancou com forte destaque para a investigação, tendo os “Desafios da IA mediática: integrada, ética e interdisciplinar”, como conferência Inaugural, ministrada por Pilar Sanchez García, da Universidad de Valladolid, em Espanha.

O congresso promoveu ativamente o diálogo entre a academia e o mercado de trabalho, o que se refletiu na sessão: “A Palavra aos Profissionais”, que contou com a participação de David Corral Hernadez, da RTVE – Radiotelevisión Española; e de Diogo Queiroz Andrade, fundador da Rprt.ai, plataforma portuguesa de integração entre a IA generativa e trabalhos jornalísticos. Ambos partilharam as suas perspetivas sobre os desafios do jornalismo face à IA. Ao longo dos dois dias, as mesas de debate cobriram os eixos centrais da profissão na Era digital, tais como o jornalismo e os dispositivos móveis, os 30 anos de Jornalismo digital, além das transformações do jornalismo com a ampliação do uso da Inteligência Artificial.

O investigador do LabCom e docente da UBI João Canavilhas, coordenador do JDMIA, explicou que os trabalhos aprovados e discutidos foram revisados por pares quanto aos objetivos do congresso, a metodologia das investigações e os resultados inovadores apresentados.

Sobre o tema Literacia Mediática, Canavilhas referiu que “independentemente do nível de formação, a literacia tem como função explicar o que é cada meio, como funcionam e quais são os elementos importantes para que consigam decifrar as fake news”, destacando, assim, a sua importância.

Margarida Pinheiro, aluna de Ciências da Comunicação, acredita que, no futuro, “vai haver muito mais projetos com IA e que esta é uma ferramenta que pode ajudar os media”. Para a estudante, não deve existir uma rivalidade ou disputa entre IA e profissionais humanos. A integração inteligente de ambos “pode ser uma mais valia”, conclui.

O JDMIA reafirma-se, assim, como um espaço fundamental para a discussão do futuro do jornalismo, destacando a necessidade de uma maior Literacia Mediática como ferramenta essencial para enfrentar os desafios da desinformação e automatização. O próximo encontro acontecerá na Universidade dos Açores.

 

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