LabCom comemora 20 anos

Aniversário da unidade de investigação sediada na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior foi assinalada no passado dia 16 de dezembro.

O LabCom – Comunicação e Artes comemorou 20 anos de existência. Para assinalar a data, teve lugar, na passada sexta-feira, 16 de dezembro, o evento “LabCom20: Investigar a Comunicação Hoje”, um conjunto de painéis onde se discutiu ciência, o passado, o presente e o futuro da unidade de investigação mais antiga da Faculdade de Artes e Letras (FAL) da Universidade da Beira Interior (UBI).

“Há 20 anos, a questão do acesso aberto e da publicação online não era banal como hoje e o professor Fidalgo, que investiu muito fortemente nessas áreas, teve a intuição de perceber antes de quase todos os outros que esse campo teria um grande futuro e isso acabou por permitir projetar a unidade para lá destas fronteiras geográficas que nos são desfavoráveis, porque a Covilhã é uma cidade relativamente isolada e onde o acesso é relativamente difícil”, lembrou a coordenadora do LabCom (desde 2019) Anabela Gradim, na cerimónia de encerramento.

Fazendo um balanço da sua passagem pela coordenação do LabCom (entre 2017 e 2019), o docente da FAL Paulo Serra apontou ao futuro e aproveitou para deixar uma sugestão. “Ao longo dos últimos anos, o grupo de Artes tem vindo a crescer e criámos também um departamento de Artes e fará sentido se um dia os colegas desta área pensarem em constituir uma unidade independente de aprofundamento e desenvolvimento, havendo depois naturalmente colaboração entre as várias áreas.”

Sublinhando a complexidade de funcionamento de um centro de investigação, o docente da FAL e coordenador da unidade entre 2015 e 2017, João Carlos Correia, lançou a questão, para depois dar a sua resposta: “o LabCom deve ser uma linha de montagem altamente funcional ou deve ser uma ‘oficina de criadores’ com regras de gestão altamente bem delimitadas? Creio que, na conceção, somos muito mais uma média ‘oficina de criadores’ em que devemos dar asas à liberdade e à imaginação”, defende.

António Fidalgo, fundador do LabCom em 2002 e do qual foi coordenador até 2015, sublinhou o nascimento do centro de investigação centrado na “persistência e na paixão”. O docente da FAL e anterior reitor da UBI sublinhou o “radicalismo” presente na fundação ao nível do “trabalho e disciplina”, mas também a “anarquia”, no sentido em que “ninguém comanda a ciência, até porque as universidades têm valor no momento em que a paixão é associada a esse aspeto um bocado caótico de liberdade total”.

 

 

O LabCom foi criado em 2002 e tem como objetivo principal a investigação avançada sobre comunicação, as artes e as tecnologias dos novos media, com o propósito de avaliar o seu impacto no quotidiano e compreender os diferentes tipos de fenómeno nesta área, seja na esfera individual, comunitária ou social. A unidade desenvolve-se com base em dois grupos de investigação: Comunicação e Media, e Artes, que conciliam o trabalho nas suas linhas específicas de investigação com o fortalecimento da sua colaboração interdisciplinar em torno de objetos comuns ou transversais e na organização de eventos, publicações e na captação de projetos científicos.

Atualmente, a unidade conta com 51 membros integrados, engloba quatro revistas científicas, além dos projetos de investigação financiados pela FCT: Mediatrust.Lab, SPECULUM e Observatório de Comunicação Pública Intermunicipal (ObCOM).

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