Sobre o palco, dentro de um pequeno auditório da Biblioteca Municipal, decorado tradicionalmente e iluminado por luzes quentes, encontra-se um vibrafone, uma guitarra elétrica e diversos instrumentos de percussão. Pertencem aos músicos Tomás Longo, Guilherme Fortunato e Baltazar Molina, vindos de Lisboa. Foram reunidos neste projeto de criação e de residências artísticas, dirigido por Filipe Faria, onde juntaram as suas experiências e apresentaram-nas num breve concerto através da arte da música. Segundo Baltazar Molina “isto não iria acontecer se não houvesse uma proposta que é ao mesmo tempo específica, mas que dá liberdade total para interpretá-la”.
Filipe Faria, diretor da Arte das Musas, abriu as portas da Casa Comum, com o intuito de juntar o público numa série de experiências ligadas à natureza nascidas de memórias, lugares e pessoas distintas. O responsável pelo projeto diz que o objetivo é passar “esta relação entre a memória e o lugar, isso como ingrediente para a criatividade humana”.
O auditório não estava cheio, mas contava com distintas faixas etárias, e a mensagem que os músicos queriam transmitir foi apreciada pelo público. Cláudia Farias elogiou o concerto e concorda com este tipo de iniciativas na Covilhã por darem mais visibilidade aos artistas. “É uma música contemporânea que normalmente não estamos habituados, mistura aquilo que é tradição com o que é contemporâneo”, acrescenta.
O projeto Casa Comum, ligado à rede nacional e internacional, das Cidades Criativas da UNESCO, teve a sua estreia a 24 de março, em Idanha-a-Nova, e o segundo episódio está planeado para ter apresentação para os meses maio, junho e julho com outros três músicos.