Inteligência Artificial como ferramenta do empreendedorismo

Ateliê procura “explorar o potencial” da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta para empreendedores idealizarem seus negócios.

No dia 14 de abril, sexta-feira, a Universidade da Beira Interior promoveu o workshop “Explorar a inteligência artificial no Empreendedorismo”. O evento, realizado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, teve como convidado Martim Aguiar, doutorando em Engenharia Mecânica, e como moderadora Maria José Madeira, docente do departamento de Gestão e Economia, que promoveu o workshop para alunos da licenciatura de Gestão e do mestrado de Empreendedorismo.

Aguiar começou o workshop com uma apresentação sobre o que é a Inteligência Artificial, a ciência e engenharia de desenvolver sistemas inteligentes. A IA tem diferentes abordagens: a abordagem humana, que procura mimetizar semelhança o comportamento humano, e a abordagem racional, mais centrada em modelos de tomada de decisão lógicos e baseados em evidências.

A Inteligência Artificial alvo de interesse do workshop é a chamada “IA generativa”, cujo objetivo é produzir texto, imagem, vídeo ou áudio. O ChatGPT é um modelo de linguagem que está a ser cada vez mais falado nos campos online e académicos devido a sua capacidade de criar textos bem estruturados e coerentes de forma responsiva. Apesar disso, Aguiar deixou claro que a informação que o ChatGPT fornece nem sempre é precisa, além de não compilar informações depois do ano de 2021. Por isso, os usuários devem sempre recorrer ao espírito crítico quando usarem o programa.

 

Se a produção de texto é a área mais comentada, a produção de imagem é a mais impressionante. Midjourney é um algoritmos capaz de criar quase qualquer tipo de imagem ou ilustração em alta resolução. A ferramenta usa os diferentes prompts do usuário para criar  imagens, que podem ser de diferentes categorias, como paisagens, pessoas, objetos, ou qualquer outra coisa pretendida pelo usuário, no estilo desejado. Assim como o ChatGPT, o Midjourney não é perfeito e ainda tem algumas dificuldades em algumas áreas, nomeadamente no dsenho de mãos e dedos humanos, o que acaba por dar origem a imagens algo macabras.

Para contornar esses problemas, os usuários do modelo de linguagem e do modelo de criação de imagem recorrem ao conceito de “Prompt Engineering”, uma abordagem que ajusta as instruções dadas as ferramentas para fazer com que elas produzam respostas melhores e mais relevantes. Aguiar usou essa técnica e fez uma dinâmica com os alunos usando algumas ideias soltas como cereja e cherovia, criando um nome de negócio, um logo e até um site simples em HTML.

Depois da apresentação, os participantes puderam  testar essas ferramentas colocando em prática a formação de ideias para o empreendedorismo.

Num dos grupos, as alunas do 3º ano de Gestão, Maria Inês e Joana Fernandes, e a estudante do mestrado de empreendedorismo, Claudete Rocha, ficaram impressionadas com todas as ferramentas e suas capacidades. Para Fernandes o workshop foi “uma iniciativa enriquecedora para o desenvolvimento dos projetos” e acha que vai ser útil no futuro. Apesar disso, as três deixaram claro o seu incómodo pela inacessibilidade que as ferramentas de criação de imagem têm, devido ao acesso pago.

 

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