TMC viaja no tempo com O Misantropo a partir Molière

No dia 20 de maio, às 21h30, O misantropo – Por Hugo Van Der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière, pisou os palcos do Teatro Municipal da Covilhã (TMC), num ambiente bastante intimista, deixando os espetadores completamente rendidos a este “caos organizado”.

O espetáculo é uma adaptação do clássico de Molière, que pelas mãos do locutor Hugo Van Der Ding e o maestro Martim Sousa Tavares se tornou numa reescrita interessante e cómica, com um toque da realidade portuguesa. A adaptação transporta o público para os bastidores de uma companhia de atores que se prepara para apresentar, pela primeira vez em Portugal, a peça do “pai do teatro” à corte de D. João V. A habilidade dos escritores ao reinventar a obra de Molière é admirável, mantendo a essência e a relevância da história original, mas, ao mesmo tempo, incorporando elementos contemporâneos e uma perspetiva local.

O texto ganhou vida nas mãos da encenadora e atriz portuguesa, Mónica Garnel, que considerou o processo “muito divertido”:

 

A encenadora mencionou ainda a sua ligação ao TMC,  considerando-o como sua casa. Bisneta de Amélia Rey Colaço, figura icónica do teatro português, carrega consigo uma herança artística profunda e admite ter-se emocionado pelo facto de a sua bisavó ter inaugurado o Teatro-Cine da Covilhã, em 1942, com a apresentação do espetáculo Uma Mulher Sem Importância. Garnel admite que a ligação histórica e emocional com o local trouxe uma energia especial ao espetáculo.

O trabalho elaborado pelo elenco foi também mencionado pela encenadora, sendo que é composto por célebres figuras do teatro português, como: Ana Guiomar, David Esteves, Inês Vaz, Joana Bernardo, João Vicente, José Neves e Manuel Coelho. Os atores entregaram-se apaixonadamente aos papéis e tiveram uma excelente capacidade para transmitir emoções, proporcionando uma proximidade única com o público, que durante o espetáculo se envolveu no drama e, principalmente, nos momentos cómicos da peça. A encenadora explica que se tratou de um “processo demorado” até chegar a este ponto

 

No final do espetáculo, o auditório levantou-se de forma unânime para demonstrar a sua satisfação com a peça, e prolongando os aplausos durante vários minutos.

 

A peça vai voltar aos palcos em julho, desta vez nas ilhas para oferecer ao público uma experiência teatral de alto nível.

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