No dia 23 de Abril, a arcada do Polo I foi palco da inauguração da exposição itinerante “Primaveras Estudantis- da crise de 1962 ao 25 de Abril”.
A exposição, composta por documentos históricos, fotogramas de filmes, textos, fotografias, autocolantes, peças inéditas de coleções privadas e arquivos pessoais, apresenta ao longo dos seus trinta painéis uma ampla visão dos movimentos que antecederam o 25 de abril.
O reitor da UBI, Mário Raposo, destacou a coincidência desta data, uma vez que a Universidade da Beira Interior, outrora Politécnico da Covilhã, celebra também este ano os 50 anos, como instituição de Ensino Superior. “É importante olhar, ver e refletir o que foram as lutas estudantis numa época difícil, de um sistema repressivo que existia em Portugal”, referiu Mário Raposo. “Os estudantes sempre tiveram este sentido de trabalhar pela democracia, por aquilo que existe hoje”, acrescentou.
Mário Raposo deixou o seu agradecimento aos organizadores e alunos presentes na inauguração, ressaltando a sua importância: “Se não houvesse alunos, não havia universidade. O ativo mais importante da UBI são os seus alunos.” Invocou, também, uma consciencialização de todos para o passado que não viveram, sublinhando que “uma instituição sem memória não tem história”.
Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, apontou este movimento estudantil como uma “germinação de ideias que instalam o início do progresso, com lutas justas conduzidas pelos jovens”, a par da reflexão a que eram conduzidos na época. O autarca covilhanense partilhou histórias e explicou como as lutas estudantis foram fulcrais para a autonomia universitária e a participação dos alunos na gestão das escolas, em conjunto com os demais docentes. Apelou ainda para defenderem sempre os seus ideais, seja de que ideologia for, desde que conforme com a Constituição e os valores democráticos que devem ser preservados.
João Faria e Rita Carvalho, representantes da comissão dos 50 anos e responsáveis pela criação da exposição, partilharam a importância de prolongar a memória destes eventos. As comemorações tiveram início em 2022, data que assinala mais dias em democracia do que em ditadura, e estendem-se até 2026. Incluem momentos que procuram reafirmar a necessidade de praticar e aprofundar os valores democráticos, especialmente entre as camadas mais jovens.
A comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de abril irá realizar outras iniciativas relativas à história da revolução, desde os movimentos grevistas até a crise do Marcelismo em 1974, com exibições sobre os 50 passos em Direção à Liberdade e os 90 eventos AntiColoniais. A exposição permanecerá na UBI até ao dia 14 de junho.
Em conjunto com esta exposição, a cidade acolheu diversos outros eventos para assinalar a data. Desde a montagem de um cravo gigante em frente ao edifício da Câmara Municipal até ao fogo de artifício e acompanhamento da Banda na manhã do dia 25 de Abril.