Poesia e música na Biblioteca da Covilhã

“O verbo e as cores” é o novo livro de Jorge Luiz dos Santos, professor universitário e investigador na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e médico gastroenterologista pediátrico. A obra foi apresentada na Biblioteca Municipal da Covilhã no dia 8 de maio.

Jorge Luiz dos Santos e Rogélia Maria Proença

A sessão foi conduzida Rogélia Maria Proença, professora na Escola Secundária Frei Heitor Pinto, que apresentou Jorge Luiz dos Santos e a coletânea de poesia de que é autor. Seguiu-se a leitura em voz alta de excertos do livro pelos participantes ali presentes, enquanto o autor declamou o poema “Rosa”, poema este muito pessoal dedicado à sua mãe.

Leitura de poemas pelos participantes

Jorge Santos considera que ser poeta não é ensinar algo às pessoas, mas sim tentar chegar às suas emoções: “quando alguém se coloca intimamente perante o público, o que acontece é que ele afeta todos os demais porque todas as pessoas funcionam nesse sentido e nessa profundidade. Então quando o poeta é autêntico, toca os demais. Reverbera nas pessoas e dizem “Ah, é isto” (…) Acho que é um processo inconsciente que se passa através de um poema.” Esta “colocação íntima” do poeta é muito mais importante do que as regras e a métrica que possa ser seguida na poesia, defendeu.

Na sinopse do livro diz-se que este “constitui o ‘diálogo de um só homem’, um poeta no mundo com a sua Psiquê. Diálogo que surge do espanto com uma civilização que se esvazia de seus valores fundacionais e se perde em ideologias (…) Os poemas retratam ao poeta sua descoberta individual das realidades da vida no processo da transcendência (…)”.

Sendo este o segundo livro de poesia da sua autoria, a obra foi ilustrada pelo autor. Desde as fotos às aguarelas, toda a ilustração foi produzida pelo próprio. Jorge Luiz dos Santos refere, recordando a sua mãe, que “no dia do aniversário dela, disse-lhe que iria recriar a foto de bebé que tenho com ela”, ilustração que acompanha o poema “Rosa” que lhe é dedicado.

Por fim, Daltro Jardim Garcia e Paulo José de Paiva Venegas, dois produtores, músicos e velhos amigos do autor, presentes através de videoconferência ZOOM, musicaram dois dos seus poemas, intitulados “Impermanência” e “Philia”. Ambos já fazem parte deste processo e do passado de Jorge há muito tempo. “Naquela época quando eu era adolescente, eu criava textos filosóficos, poesia e poemas e o Daltro e o Paulo musicavam e fazíamos espetáculos que tinham algum sucesso em Porto Alegre”.

Parte do lucro com as vendas deste livro irá reverter a favor das vítimas das cheias que o sul do Brasil enfrenta.

 

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