Na tarde da última segunda-feira, a escritora Jeannine Johnson Maia apresentou o seu mais recente romance, O Rapaz do Douro, durante o Café Literário realizado na Biblioteca da Escola Secundária Campos Mello, na Covilhã.
A autora iniciou o evento partilhando a sua inspiração para o livro. “Quando vi a Ponte D. Maria Pia, decidi escrever sobre o Porto”, disse, referindo-se ao icónico símbolo da cidade, que também desempenha um papel importante no enredo do livro.
O Rapaz do Douro acompanha a história de Henrique, um jovem que abandona a sua aldeia natal rumo ao Porto, para ter uma vida melhor, numa época de grandes transformações sociais, políticas e económicas. O Rapaz do Douro é uma narrativa sobre a determinação e a esperança de um jovem de 17 anos que procura construir uma vida melhor. No entanto, a obra vai além disso, oferecendo também um retrato fiel da sociedade daquela época, marcada por uma monarquia em declínio, uma burguesia preocupada com as aparências e uma população cada vez mais empobrecida e insatisfeita. O leitor é convidado a seguir os obstáculos que este rapaz encontra no seu caminho, incluindo o episódio num barco rabelo e um grande incêndio logo após a sua chegada à cidade do Porto.
Durante a apresentação, a autora não apenas narrou alguns trechos da obra, como também explicou os processos criativos que a levaram a escrever sobre o Douro, a cultura portuense, a arte da filigrana, para os leitores interessados na história portuguesa e, em particular, na região vinícola do Douro.
Os momentos de partilha foram seguidos por uma sessão de autógrafos, onde os participantes tiveram a oportunidade de conversar de forma mais descontraída com a escritora, comentando as suas próprias impressões sobre a obra.
O Café Literário terminou com um sentimento de conexão e gratidão entre o público e a autora, que, além de apresentar um romance que nos transporta para o Porto da segunda metade do século XIX, trouxe à tona reflexões sobre a vida e a força interior.