O tema desta sessão, “Estudo da prevalência e características clínicas de alergias alimentares em jovens e adultos da Beira Interior”, foi lecionado pelo Dr. Carlos Lozoya-Ibañez, médico especialista em Imunoalergologia na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, e investigador no CICS da Universidade da Beira Interior. O estudo sobre esta condição, que afeta uma parte significativa da população, mas que permanece frequentemente subdiagnosticada, constituiu uma relevante parcela da tese de doutoramento de Carlos Lozoya-Ibanez, e que a partir daí deu lugar a este estudo, que apresentou resultados e discussões aprofundados sobre os impactos e problemas das inesperadas reações alérgicas alimentares, após a ingestão de certos alimentos, e da importância de recorrer a tratamentos adequados. Cerca de uma em cada cinco pessoas são obrigadas a modificar os seus hábitos alimentares, recorrendo a dietas restritas, havendo ainda por vezes alterações emocionais. “São situações que, tudo contemplado, fazem decrescer a qualidade de vida do ser humano portador desta doença”. A prevalência de alergias alimentares tem aumentado exponencialmente nos últimos anos, com uma percentagem de adultos e crianças a auto-reportarem sintomas de alergia alimentar entre os 3,5 e os 40%, números que variam devido aos hábitos alimentares de cada região.
Em Portugal, as investigações nesta área são escassas, de forma a que os objetivos deste estudo realizado seriam definir um questionário válido sobre as alergias alimentares nos adultos, e posteriormente determinar a prevalência e características das alergias alimentares nos jovens e adultos da Beira Interior: 170 pessoas foram alvo de estudo, e de seguida segmentados em dois grupos: os que possuem reações alérgicas alimentares, e os que não as têm.
Com 17 perguntas, com 9 experts, divididas em vários domínios, foi fundada a conclusão que este método era uma “ferramenta muito válida, porque era fácil de aplicar”, apesar de não ter utilidade para avaliar a evolução temporal da alergia alimentar nos doentes, apenas a probabilidade da prevalência de alergia alimentar”. A partir do resultado deste estudo, foi possível obter uma previsão da prevalência da alergia alimentar em duas populações da Beira Interior, entre 3168 de jovens (dos 10 aos 23 anos), provenientes de 7 escolas da Covilhã e Castelo Branco e 76946 adultos ( 18 aos 80 anos), de 6 Centros de Saúde de Castelo Branco.
Os “Lunch Seminar”, onde investigadores partilham os mais recentes projetos e descobertas nas suas respectivas áreas, acontecem todas as quartas feiras, pela hora do almoço, normalmente na Faculdade de Ciências da Saúde, ou ocasionalmente via zoom. Todas as reuniões são abertas à comunidade académica e ao público em geral.
