O docente da Faculdade de Artes e Letras (FAL) da Universidade da Beira Interior (UBI), Urbano Sidoncha, é o novo presidente da Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica (AFFEN). O mandato é de dois anos, de setembro de 2023 a setembro de 2025.
A eleição ocorreu no passado dia 8 de setembro, por ocasião da realização da Assembleia Geral da Associação. A composição dos órgãos sociais eleitos em AG reflete a presença da fenomenologia nas IES em Portugal, de Braga a Évora, e de Ponta Delgada à Covilhã.
“A eleição reveste-se de grande relevância para a FAL, que conta com uma Unidade de I&D (Praxis: Centro de Filosofia, Política e Cultura) que tem justamente na fenomenologia – área de atuação da AFFEN – um dos seus eixos temáticos centrais, que está de resto intimamente associado à criação do próprio IFP (Instituto de Filosofia Prática, nascido em 2003 e que se manteve ativo até 2014), que antecedeu a criação do Praxis”, refere Urbano Sidoncha. De resto, existe no Praxis um Grupo de Trabalho dedicado à Fenomenologia e à Filosofia da Cultura – onde se conectam o património de pensamento fenomenológico com a mais abrangente problemática da cultura –, que tem como seu coordenador pelo lado da UBI o agora eleito presidente da AFFEN.
Por outro lado, existe na FAL um doutoramento em Filosofia que tem tido na área disciplinar da fenomenologia uma das suas principais vias de atuação.
“Esta eleição reforça, assim, a perceção externa da importância do trabalho desenvolvido na UBI na área da fenomenologia e cimenta a presença da própria universidade nas associações científicas nacionais que são representativas na área da filosofia”, sublinha o docente.
Urbano Sidoncha é docente da Faculdade de Artes e Letras da UBI, nas áreas de ensino de Estética, Pensamento Contemporâneo e Filosofia Contemporânea. É, ainda, investigador da unidade de I&D Praxis – Centro de Filosofia, Política e Cultura e diretor do curso de 2.º Ciclo/Mestrado em Estudos de Cultura.
O agora presidente da Associação Portuguesa de Fenomenologia é licenciado em Filosofia (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e Doutor em Filosofia (especialidade de Filosofia Contemporânea), pela mesma instituição.
A Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica é uma sociedade científica com mais de 20 anos de atividade. Foi fundada em 25 de novembro de 2000 com o objetivo de fomentar a investigação na área da fenomenologia, entendida num sentido abrangente e aberto, admitindo não apenas os grandes autores do movimento fenomenológico (Husserl, Heidegger, Merleau-Ponty), mas igualmente pensadores de correntes hermenêuticas (Gadamer ou Paul Ricoeur, por exemplo), filósofos mais dificilmente classificáveis mas com fortes ligações à fenomenologia, assim como os teóricos que aplicam métodos ou conceitos fenomenológicos em áreas como a psicologia, a psicanálise, a sociologia ou, mais recentemente, as chamadas cognitive sciences, entre outras possibilidades de interface.