O poço que deu água a Jacinta

Baseada no conto mexicano “El pozo de los mil demónios”, o medo e a pouca lucidez é o que caracteriza esta peça. Exibida dia 16 de novembro no Teatro Municipal da Covilhã, faz parte do programa do Festival de Teatro da Covilhã”.

Perdida no poço, sem saber como sair, mas ainda dentro de seus lençóis, Jacinta sofre com o roubo de seu jarro e a falta de pouca água. É forte o suficiente para percorrer o poço profundo, cheio de demónios, caveiras e precipícios, mas por outro lado, fica complicado para a personagem encontrar o jarro, e perceber como o encher de água num espaço tão seco, e porque é que a frase “buscando algo” a incomoda tanto.

Para conseguir resolver seus problemas, foi necessário aceitar que precisa de cuidar dele.  Valeu a Jacinta uma noite mal dormida, para compreender que necessita dos seus parentes e da Natureza. 

Maribel Carroso, autora da peça, diz que é importante cuidar da água que temos, “(…) na evolução das novas tecnologias perdemos um pouco o contato com a natureza. Eles abrem a torneira e pensam que quando a água sai, podemos utilizar, mas é preciso ensinar-lhes que os recursos acabam e têm de ser cuidados “

Está história simboliza o cuidado dos nossos familiares “Para mim foi importante colocá-la em cena, por tudo aquilo de que fala. Do cuidado da água, ao cuidado de ouvir os mais velhos, as histórias que nos contam os mais velhos.

Celine Gonçalves, da equipa de produção e comunicação do Teatro das Beiras, explica a escolha desta peça: “Nós já conhecemos a companhia e achamos sempre interessante a linguagem deles, que cruza o teatro, a dança, o vídeo. Pensamos que seria interessante apresenta-los no festival.”

O Festival de Teatro da Covilhã, realizado desde 1990, teve origem como “Ciclo de Teatro de Outono”. Atualmente é um evento anual com exposição de figurinos, apresentações de livros e peças de teatro. Decorreu entre 7 a 16 de Novembro, e contou igualmente com sessões no Teatro das Beiras.

 

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