“Ocelo” transformou o palco do TMC num laboratório de imaginação

Imagem: Teatro Municipal do Porto

No último sábado, 31 de maio, o Teatro Municipal da Covilhã, TMC, recebeu “Ocelo”, a peça de dança para famílias, da intérprete, criadora e formadora na área da dança Daniela Cruz.

Este foi um espetáculo sensorial e multidisciplinar, dirigido ao público mais jovem. O nome da peça, “Ocelo”, faz alusão aos pequenos “olhos” nas caudas de algumas aves, como os pavões. A sua criadora, Daniela Cruz, explica que “fico sempre muito espantada quando vejo um pavão a abrir a cauda. É sempre um momento que eu chamo de uau e por isso a peça parte dos pavões e de como eles são belos”. Nesta peça, continua a intérprete, há uma “vontade de olhar para as coisas da vida e do mundo de uma forma muito positiva e por isso decidi trabalhar a ideia do belo, por um lado que nos espantasse”.

Um espetáculo que espanta e intriga, onde a luz, a sombra e a música, em especial com o violoncelo tocado ao vivo, nos transportam até um laboratório no meio da floresta. Nesta peça, tal como num verdadeiro laboratório, tudo é possível e tudo pode ser criado. Novas palavras e animais nunca antes vistos que transportam todo o público, de pequenos a graúdos, para o mundo da imaginação.

“As minhas peças não são tanto para serem entendidas mas para serem sentidas” diz Daniela Cruz, e “Ocelo” provocou isso mesmo a quem assistiu. Rute achou a peça “diferente e muito interessante. Apelou a uma série de sentidos, com o movimento, a música e a luz”. A farmacêutica veio com os filhos, que gostaram bastante do espetáculo. Para esta mãe este tipo de eventos “é fundamental para que as crianças tenham acesso a programas culturais próprios para a sua idade. Ajuda muito no seu desenvolvimento”.

A encerrar a programação de maio do TMC, o espetáculo destacou-se pela sua natureza sensorial e multidisciplinar, nascido da vontade de olhar o mundo com espírito positivo e de explorar o belo como um espaço de encontro entre a realidade e a imaginação, um lugar de espanto e descoberta. Um espetáculo que apesar de criado para o público infantil, agrada a pais e filhos.

Depois da atuação a intérprete e formadora de dança deu uma oficina intitulada “Corpos Mutantes” que, como na peça de dança, foi lugar de criação e mudança contínua.

Pode ler também