Diogo Agostinho, atual COO (Chief Operantig Officer) do jornal ECO, abordou a importância dos media na vida política portuguesa, chegando mesmo a afirmar que têm forte influência em processos eleitorais.
As declarações do antigo chefe de gabinete de Pedro Santana Lopes e ex-assessor de Miguel Pinto Luz (atual Ministro das Infraestruturas) aconteceram durante o último dia das VIII Jornadas Científicas de Ciência Política e Relações Internacionais (CPRI) da Universidade da Beira Interior (UBI).
Diogo Agostinho foi convidado pelo núcleo de CPRI desta Universidade para desenvolver o tema do papel dos media nas eleições. Apesar de ser assumidamente de direita, decidiu iniciar a sua apresentação a relembrar as declarações de Pedro Nuno Santos – e que mais tarde se tornaram também as do Presidente da República – «escrutínio é o custo de estar na vida política».
Durante o evento, o COO revelou que «os media têm um enorme poder de influência», se bem que na sua maioria de forma indireta. O economista de formação indicou algumas formas a que os meios de comunicação social recorrem, sobretudo para gerar clicks. O tempo de antena dado aos políticos; perguntas mais ou menos cómodas; e/ou os títulos utilizados nas peças são alguns dos exemplos apontados.
Para comprovar o que dizia apresentou diversos exemplos, destacando a presença semanal durante 14 anos do, à época, “Professor Marcelo” no jornal generalista da TVI, como a principal razão para a eleição em 2016. Os políticos reconhecem a influência, e é por isso que desde Durão Barroso todos os Primeiro-Ministro, à exceção de Pedro Passos Coelho, tiveram um espaço de opinião televisivo antes de serem eleitos.
Apesar de considerar que os meios de comunicação social continuam a ser a principal forma de “influenciar eleições”, Diogo Agostinho afirma que os novos media não podem ser esquecidos. Com o surgimento das redes sociais, existe uma nova possibilidade dos políticos se mostrarem aos eleitores, onde podem aparecer no dia que querem, à hora que querem e da maneira que querem.
Para discutir a importância dos media nas eleições, Diogo Agostinho contou com Susana Nina como parceira de painel. A especialista em Ciência Política e Relações Internacionais, da Universidade Lusófona, defendeu que «a comunicação social é o maior fenómeno de informação política».
As XVIII Jornadas de CPRI, que este ano tiveram como foco os “Desafios da Democracia num Mundo em Transição”, foram organizadas pelo núcleo de estudantes da mesma área da UBI. Uma iniciativa que, de acordo com os estudantes, se torna uma mais-valia para toda a comunidade académica.
O evento ocorreu durante os dias 24, 25 e 26 de fevereiro, e trouxe à UBI mais de 30 convidados das mais diversas áreas da sociedade.
