A Missão País é um projeto universitário católico presente em mais de 60 universidades e que tem por objetivo proporcionar aos participantes uma semana numa localidade escolhida pela universidade para ajudar e animar os residentes.
“Dizer que não a um novo ano de Missão não fazia sentido”, diz Diana Farinha, estudante de Medicina e chefe geral da Missão País 2025. O amor pelo projeto é o que faz 50 missionários de vários cursos da UBI juntarem-se para esta Missão. “Basicamente trata-se de fazer uma semana de voluntariado”, explica Diana. Estes jovens organizam-se em grupos para dinamizar atividades como uma peça de teatro para apresentar às pessoas da aldeia, jogos, visitas porta a porta, e atividades nos centros de dia com os idosos, com os quais fazem as orações do dia e da noite, entre outras coisas. “Venho de lá uma pessoa completamente diferente”, diz Francisco Venâncio, estudante de Ciências da Comunicação e chefe geral da Missão País 2025.
Esta semana é passada cheia de momentos emocionantes. Francisco partilha um desses momentos em que uma senhora o abordou e lhe disse que tinha alimentos para doar aos missionários.
É com amor e entrega que se vive este projeto. “Há muitos momentos assim”, refere Diana. “Outro momento especial desta semana foi no último dia quando uma senhora se agarra a mim a chorar e diz: – obrigado por ter trazido isto para aqui, eu nunca fui tão feliz em Penedono a não ser no dia do nascimento da minha neta”, partilha também Francisco.
Ao longo dos anos “está a haver um crescimento do interesse e da procura para integrar a Missão País, por parte dos estudantes”. Porém, “o mesmo não se pode dizer em relação aos apoios da Universidade da Beira Interior”. “A universidade não financia nada, só temos a ajuda das Câmaras Municipais que nos recebem, mas nós vamos representar a UBI e não nos apoiarem neste projeto é uma coisa que nos entristece bastante”, revelam os missionários Francisco Venâncio e Diana Farinha.
Pedro Santos, aluno de Bioquímica da UBI foi um dos 50 missionários presentes na Missão País deste ano. “Aprendi que existem muitas pessoas com histórias marcantes que só precisam de falar e connosco podem falar abertamente, sem julgamentos”. Pedro afirma que esta experiência alterou não só a forma como encara o mundo como também a forma de ver o outro: “há pessoas que estão tão mal e sentem-se tão sozinhas que é nosso dever ouvi-las, porque têm tanto para contar”.
Apesar de todos os desafios e do cansaço, Francisco diz que esta foi sem dúvida a melhor semana da sua vida “nós não só transformamos a vida das pessoas de Penedono como transformamos a vida das pessoas que participaram na Missão País 2025”. Na vida académica e na sociedade em geral é difícil não criar “filtros” e “máscaras”, mas nesta semana, uma vez por ano, é possível livrarmo-nos delas como explica Venâncio: “Durante aquela semana, não há filtros… houve uma dinâmica em que tivemos uma hora e meia a abraçar pessoas a chorar e é impensável no meio universitário estarmos tanto tempo a chorar à frente de 50 pessoas”.
“Que esta não seja só uma missão na tua vida, mas que faças da tua vida uma missão”, é o desejo dos chefes gerais da Missão País 2025 da UBI.