A sessão extra – para o público em geral – da apresentação teatral “Um Conto Japonês”, foi realizada na tarde do último sábado, no Teatro das Beiras, auditório Fernando Landeira, após uma semana de sessões dedicadas às escolas do Ensino Básico do concelho da Covilhã.
O espetáculo foi inspirado no conto “A Árvore”, da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, baseado num antigo conto do Japão, sobre uma pequena ilha nipónica e uma enorme árvore que ali vivia. A história reforça a ligação dos japoneses com a natureza e o passado, além de transmitir uma mensagem de como as coisas se transformam durante a vida.
Embora a produção tenha um foco maior no público infantil, pessoas de todas as idades estiveram a assistir à apresentação do encenador Fernando Mota, artista multidisciplinar que no começo de 2020 iniciou um ciclo de criações à volta de instrumentos musicais e objetos sonoros construídos a partir de árvores, pedras e outros elementos naturais.

Com interpretação de Miguel Brás e Sílvia Morais, a peça foi uma nova experiência para o ator, por ser a primeira vez a trabalhar num espetáculo destinado a crianças, enquanto a atriz destacou a parte criativa, já que o material original era um curto conto, e tiveram de pensar como poderiam “acrescentar conteúdo sem fugir do tema principal”.
“Nós pretendemos mostrar a cultura, o que envolveu bastante pesquisa” disse Sílvia, mencionando por exemplo a cerimónia do chá, um processo ritualístico conhecido dos japoneses, que também mantêm uma relação particular com o meio ambiente, pois tratam a natureza “quase como uma própria divindade”, segundo o ator.
“Um Conto Japonês” encerrou sua participação na Covilhã com duas apresentações livres para todos, e outras 12 para alunos da rede de ensino básico local. A próxima exibição da peça será em Braga, no dia 19 de março, com duas sessões para o público escolar no Theatro Circo.

