Rancho Folclórico Português

Os ranchos folclóricos têm uma longa história, embora estejam a ser esquecidos pelos mais novos. Vestidas de história, as antigas tradições de aldeias, vilas e cidades desfilam em trajes populares para contarem ao público os trabalhos do campo, a alegria das festas e a comemoração dos casamentos. Não se sabe ao certo quais os primeiros grupos a serem constituídos, devido à falta de institucionalização legal antes do século XIX. Segundo a Enciclopédia da Música em Portugal, o primeiro grupo a ter uma constituição legal foi o Rancho das Cantarias de Buarcos, na Figueira da Foz, em 1907. Com o passar dos anos, foram organizados dezenas de grupos, especialmente no Alto Minho e na Beira Litoral.

Inicialmente os ranchos eram apresentados a figuras ilustres da época, como o rei e senhores da realeza, e eram uma forma de os camponeses participarem em cortejos de oferendas, em festas e romarias anuais dos concelhos (uma tradição que ainda se mantém nos dias de hoje). Apesar de ter existido um período em que tinham uma forte ligação com a Igreja, que orientava cerimónias religiosas ou comunitárias, os próprios grupos tornaram-se independentes e preparavam as suas danças e cantares para as festas populares e para o Entrudo, percorrendo aldeias e vilas. Foi com a ideia de continuarem com apresentações ao público com maior regularidade anual, e a necessidade de preservarem as músicas e as coreografias que surgiu a formalização de grupos folclóricos ou associações culturais.

Atualmente, de acordo com dados da Federação do Folclore Português, existem 425 grupos, entre os quais 14 são de comunidades portuguesas no mundo, como no Brasil, França e Estados Unidos, ainda que haja mais que não estão filiados, a representarem as mais diversas formas de rancho folclórico popular.