Em todas as paróquias do concelho, a programação religiosa decorre num espírito de grande devoção. No centro histórico, as ruas enchem-se de simbolismo e tradição, com iniciativas que vão desde momentos de oração a exposições culturais.
Para o cónego Luís Miguel, da arquidiocese de Braga e membro da comissão organizadora da Semana Santa, esta é “uma vivência de fé”, mas também “de espiritualidade”. Destaca que as celebrações ultrapassam a dimensão religiosa:
“Jesus Cristo não é património de ninguém. Nós, os crentes, damos vida às procissões e celebrações, mas elas congregam muito mais do que apenas quem tem fé. Há uma procura espiritual, uma vontade de parar, meditar e encontrar esperança.”
A comissão organizadora é composta por várias entidades, incluindo o Cabido da Sé de Braga, a Irmandade da Misericórdia, a Santa Casa da Misericórdia, a confraria de Santa Cruz, a Comissão da Semana Santa de Braga, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte e a Câmara Municipal. Sobre a preparação “assim que termina uma edição, fazemos uma avaliação e começamos logo a trabalhar a próxima”, acrescenta o cónego.
Mónica Mendes, que veio com a família de Guimarães, é uma das muitas pessoas que todos os anos faz questão de “ver que ainda se vive a fé, que continua a haver pessoas que acreditam na Igreja e na religião católica.”
Além dos que visitam, as procissões envolvem muitos figurantes, escuteiros e voluntários na organização. Mais do que um evento religioso, a Semana Santa de Braga é identidade da cidade minhota. Este ano, o espírito da religião prolonga-se num pós-Páscoa marcado pela morte do Papa Francisco, na passada segunda-feira.