António Salvado, poeta que recebeu da Universidade da Beira Interior (UBI) o título de Doutor Honoris Causa, em 2016, faleceu no domingo, dia 5 de março, em Castelo Branco. Figura cimeira da cultura e da poesia portuguesa, António Salvado nasceu em Castelo Branco, no dia 20 de fevereiro de 1936.
Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com uma dissertação final sobre Frei Agostinho da Cruz, em 1959. Exerceu docência em Lisboa, Luanda e Castelo Branco.
Aos quinze anos publicou “Poemas da Alma”, o primeiro de mais de 80 títulos, em que se destacam, a par de temas de abrangência universal, as temáticas do quotidiano beirão e as quadras festivas. Para além da poesia, desenvolveu um aturado trabalho em prol não só da língua portuguesa, com várias obras publicadas em Portugal e no Brasil, mas também de consolidação e divulgação do cânone literário português, com a edição de antologias e a elaboração da biografia dos principais poetas portugueses e estrangeiros, traduções, edições, roteiros, entre outros, e ainda organização de jornadas e colóquios, um sem-número de atividades que constituíram um currículo riquíssimo.
O seu último livro, “Poesia nos versos de António Salvado – Antologia”, foi editado pelo Ensino Magazine em fevereiro, por ocasião do seu 87.º aniversário, apresentando um conjunto significativo de poemas selecionados pelo autor.
A par de todas estas atividades, presidiu à direção do Museu Francisco Tavares Proença, durante mais de quinze anos, tendo-lhe sido concedida a Ordem de Santiago de Espada pela Presidência da República Portuguesa, a Medalha de Mérito Cultural pelo Governo Português e a medalha Fray Luis de León de Poesía Iberoamericana, em 2021. A sua obra está traduzida em castelhano, francês, italiano, inglês e japonês.
A UBI atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa a António Salvado em 10 de outubro de 2016, por proposta do então Reitor, António Fidalgo, tendo sido apadrinhado pelo António dos Santos Pereira, docente do Departamento de Letras.
A UBI, na pessoa do seu Reitor, endereça as mais sinceras condolências à sua família e amigos e lamenta “a perda de um vulto da cultura da nossa região, que alcançou reconhecimento nacional e internacional, e muito contribuiu para o prestígio e engrandecimento do nosso País”.
O corpo de António Salvado está em câmara ardente na Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Fradinhos), até à manhã de terça-feira. O cortejo fúnebre decorre a partir das 11h00 para o cemitério de Castelo Branco.