A situação dos refugiados é atualmente “o maior drama humano dos nossos tempos”, segundo o ator. A peça retrata a viagem marítima e terrestre de um homem, anónimo, que fugiu do seu país em guerra, sozinho, em busca de uma vida melhor.
‘’Eu acho sinceramente que a arte tem uma obrigação de empenhamento social, de empenhamento político até’’, contou Paulo Matos como sendo dos motivos que o levou à criação desta peça de teatro.
O encenador afirmou que a sociedade tem condenado a guerra da Ucrânia, considerando-a horrível, mas esquece-se que há 100 milhões de refugiados pelo mundo em situações bastante piores, criticando o etnocentrismo do ‘’mundo ocidental’’.
Rui Sena, diretor artístico do TMC e membro da direção da Quarta Parede, Associação de Artes Performativas da Covilhã, contou que o convite a Paulo Matos surgiu no contexto da comemoração do Dia Mundial do Teatro, mas também da possibilidade de apresentar um ator de Tortosendo com “uma enorme carreira artística nacional, a nível do teatro, do cinema e da televisão”.
‘’Os teatros devem ser um leitmotiv da transmissão de conhecimento, de sensibilidade, de inovação, de novos olhares sobre o mundo e humanidade, por isso encaro independentemente da disciplina artística (teatro, dança, música, artes performativas) que é uma obrigação trabalhar no sentido de cada vez estarmos mais presentes na vida de cada pessoa. É esse o objetivo do meu trabalho diário’’, asseverou Rui Sena.