UBI “refundou” a Covilhã

Na Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo 2023/2024 e que marcou os 50 anos de Ensino Superior na Covilhã, Mário Raposo reforçou o papel da Universidade da Beira Interior no desenvolvimento da cidade.

“Com a criação do Ensino Superior, deu-se início a uma nova era, a era do conhecimento, e com isso possibilitou-se a refundação da cidade da Covilhã e o surgimento de um farol de luz esclarecida para os territórios do interior”. O Reitor da UBI lembrou, durante a Solene de Abertura do Ano Letivo 2023/2024 do passado dia 26 de outubro a importância da instituição para o renascimento de uma cidade que vinha sendo nas décadas anteriores uma potência nacional e internacional da indústria têxtil.

Na cerimónia que marcou os 50 anos de Ensino Superior na Covilhã, Mário Raposo sublinhou a importância da UBI, uma instituição “prestigiada, académica e cientificamente”, que gera conhecimento, tem “uma clara motivação para a criatividade, para a inovação e para o empreendedorismo, para a imersão com o território” e que se desenvolve “em estreita colaboração” com o meio envolvente.

O responsável máximo da UBI aproveitou ainda a ocasião para destacar o trabalho da desenvolvido em rede da instituição e a presença regular em vários rankings internacionais, estando plenamente preparada para enfrentar com sucesso os novos e crescentes desafios do século XXI”.

Para Mário Raposo, a instituição que conta com cerca de nove mil alunos de mais de 50 nacionalidades é já “uma referência internacional”, tendo no subfinanciamento por parte do Estado um dos seus principais problemas, situação que começou este ano a ser retificada pela tutela e que o Reitor crê que deva “convergir para o orçamento real” até 2027. O Reitor não tem dúvidas em afirmar que a UBI “poderia ter feito muito mais, não fosse o subfinanciamento que as várias tutelas nos impuseram ao longo de 13 anos, entre 2009 e 2022”. Em causa estão mais de 60 milhões de euros “subtraídos e desviados dos orçamentos da UBI” durante aquele período, “uma tremenda injustiça”, considera.

A sessão serviu, ainda, para uma comparação do antes e do depois dos edifícios onde a UBI está instalada, ocasião em que Mário Raposo abordou a assinatura do decreto-lei, em 1973, que possibilitou a criação do então Instituto Politécnico da Covilhã, e o início das aulas, em janeiro de 1975, o arranque do Ensino Superior “nos territórios da Beira Interior”.

O surgimento da instituição coincidiu com um momento em que “a indústria têxtil enfrentava já então a sua incapacidade para responder ao avanço da tecnologia no sector têxtil, o que conduziu à perda de competitividade das empresas e ao encerramento de grande número de unidades fabris”, recordou o Reitor.

Foram também homenageados José Carmindo Ramos, o aluno número um da instituição, e Correia Pinheiro, secretário da Comissão Instaladora do então Instituto Politécnico da Covilhã. Os dois convidados foram simbolicamente os representantes do arranque da instituição, numa homenagem que, segundo o Reitor, serviu para “distinguir aqueles que tiveram a visão estratégica para o lançamento da Instituição”. José Carmindo Ramos lembrou a geração de alunos “que levava tudo muito a sério”, ainda “a viver o pesadelo do recrutamento” para a guerra colonial. Correia Pinheiro, o único elemento vivo da Comissão Instaladora, lembrou os restantes membros e destacou os “tempos verdadeiramente heróicos e extremamente absorventes”.

O presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) considerou que “nestes 50 anos, a peça-chave nesta mudança de paradigma na região e na cidade foi a UBI”. Pedro Jacinto aproveitou também a ocasião para frisar que a “larga maioria dos estudantes” são deslocados, enfatizando que “700 camas para nove mil estudantes é pouco”.

 

 

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