Durante o regime do Estado Novo em Portugal, a prisão de Caxias, em Oeiras foi utilizada para deter e punir homens e mulheres que se opunham ao Governo ou que eram uma ameaça ao regime por acreditarem na liberdade.
Os relatos de maus-tratos, torturas e humilhações sofridas por prisioneiros políticos em Caxias são profundamente perturbadores e evidenciam as violações dos direitos fundamentais que ocorreram durante esse período sombrio da história portuguesa.
Por sua vez, o campo de concentração do Tarrafal ou “campo da morte lenta”, na ilha de Cabo Verde, foi desde cedo um lugar de preferência do regime ditatorial de Salazar. A sua localização estratégica permitia manter os reclusos isolados, sem contactos exteriores, tornando mais difícil escapar do terror.
Sem condições de sobrevivência básicas, aqueles que se revoltassem contra os ideais do regime, para além de serem facilmente oprimidos, eram pressionados a fazer trabalhos pesados. As salas de tortura, as doenças transmitidas por mosquitos e os esgotamentos matavam dezenas de pessoas. Mais tarde, a prisão serviu para manter os lutadores pela libertação das colónias africanas.
Os resistentes foram libertados aquando da implementação da democracia em Portugal e da independência das colónias.