Urbi et Orbi: Que balanço fazes destes três mandatos à frente da AAUBI?
Ricardo Nora: Foram três mandatos marcados por um crescimento pessoal e da própria AAUBI em termos de afirmação e reconhecimento, não só interna mas também externamente. Os dois primeiros mandatos foram marcados pela pandemia e pela dificuldade que tivemos em reinventar a nossa forma de ação.
Chegando ao fim deste percurso posso afirmar que fizemos “quase” tudo. Soubemos olhar para dentro e afirmar a AAUBI a nível nacional e internacional. Crescemos no nosso raio de ação, com o surgimento de novas parcerias desportivas na cidade da Covilhã, com a organização de eventos nacionais como o ENDA e as Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários. Conseguimos melhorar as condições e os serviços que prestamos aos nossos estudantes com a requalificação e abertura de vários espaços sociais, com a modernização do nosso site e da criação da loja online AAUBI, e com o lançamento do livro “A Casa Azul”, homenageando a história e o passado da nossa associação académica.
U@O: Quais as principais diferenças entre a AAUBI que encontraste e a AAUBI que deixaste?
RN: Sempre defendi uma AAUBI e uma universidade virada para a cidade e para a região. Foi nesse sentido que estreitámos as relações com os municípios da Covilhã e Fundão, que acreditaram, ao longo destes anos, nos nossos projetos e se tornaram parceiros essenciais na sua execução.
U@O: Como é ter sido o aluno com mais mandatos consecutivos à frente dos destinos de uma associação académica com tantos anos e com tanta tradição?
RN: De uma enorme responsabilidade. A AAUBI hoje é reconhecida por todos como um fator de desenvolvimento da região e uma das maiores associações de estudantes do país. Para mim é um orgulho ficar marcado na história desta Instituição.
U@O: O que achas que ainda falta à AAUBI?
RN: Estar ainda mais próxima dos estudantes. A AAUBI precisa de conseguir mobilizar cada vez mais os estudantes para os momentos de decisão e ser parte integrante do dia-a-dia do estudante. E precisa de continuar a profissionalizar os seus quadros de forma a potenciar os inúmeros projetos em que está envolvida. A AAUBI tem hoje muita responsabilidade na fixação de jovens e no próprio programa cultural da região. É imperativo continuar esse caminho.
U@O: Pedro Jacinto é a pessoa certa para presidente da AAUBI? O que é que os alunos da UBI podem esperar dele e da sua equipa?
RN: Sou suspeito para falar, uma vez que o Pedro Jacinto fez parte da minha equipa anterior, mas acredito que se os estudantes confiaram no seu projeto em detrimento de outras candidaturas, ele é a pessoa certa para o lugar de presidente da AAUBI para o próximo mandato.
U@O: Em relação à UBI, o que esperas da instituição nos próximos anos?
RN: Dei alguns contributos como presidente da AAUBI e como conselheiro geral para o plano de ação do reitor e para o plano estratégico da UBI e ficaram salvaguardados alguns pontos que considero essenciais para a defesa dos interesses dos estudantes.
A requalificação do edifício da Boavista e, consequentemente, a criação de um novo espaço para os núcleos de estudantes e culturais, a abertura do bar do polo de desporto por parte da AAUBI, a inauguração dum pavilhão desportivo no Polo IV, a criação de um gabinete de apoio às atividades desportivas e culturais e o aumento da representatividade dos estudantes em órgãos de decisão da Universidade penso que serão pontos importantes e que não devem ficar para trás nos próximos anos.
U@O: O que diria o ex-presidente da AAUBI, Ricardo Nora, ao “caloiro” Ricardo Nora?
RN: A melhor frase que temos usado nos últimos anos é “primeiro estranha-se e depois entranha-se”. Foi tal e qual o que me aconteceu. Diria para ele aproveitar e desfrutar daqueles que serão os melhores anos da sua vida.
U@O: Assumiste um novo desafio com a FADU. Quais as primeiras impressões?
RN: Um projeto muito desafiante e sem dúvida com imenso potencial. O desporto universitário tem de ser cada vez mais valorizado pelas instituições de ensino superior e existe um grande trabalho pela frente de forma a que cada estudante possa praticar desporto de forma igualitária.
A FADU foi criada a 2 de março de 1990 e desde essa data tem sido uma referência no desporto a nível nacional e internacional, por isso, é para mim uma grande responsabilidade estar nos próximos dois anos à frente desta instituição.
U@O: Quais os principais objetivos pessoais a que te propões para esta nova aventura?
RN: O realizar de um sonho fazer a FADU chegar a cada vez mais estudantes. A FADU e o desporto universitário têm crescido muito nos últimos anos. Para isso basta ver que na última época desportiva os nossos estudantes-atletas alcançaram o maior número de medalhas a nível internacional. Conquistamos a Europa e o mundo em diversas modalidades. Foi, verdadeiramente, um feito para Portugal.
U@O: Em que medida a experiência na AAUBI te pode ajudar para a sua concretização?
RN: A própria AAUBI foi um dos clubes fundadores da FADU. A AAUBI no seu contexto é um fator de desenvolvimento do desporto na região. A FADU, a outro nível, é o fator de desenvolvimento do desporto a nível nacional. Nos últimos anos tenho lidado com muitas problemáticas dos estudantes e sendo a FADU uma instituição que tem a como base os estudantes, penso que essa experiência na AAUBI me irá ajudar neste novo desafio.