Cinema Palestiniano regressa à UBI

O Clube de Cinema da Universidade da Beira Interior retomou as Sessões de Cinema Palestiniano gratuitas, com o propósito de criar um espaço de diálogo e consciencialização sobre a ocupação da Palestina.

As sessões de cinema palestiniano estão de regresso à Universidade da Beira Interior, organizadas pelo Clube de Cinema. O filme exibido na passada terça-feira foi “Farha”, de Darin J. Sallam, que conta a história de uma jovem palestiniana de 14 anos que, trancada numa despensa, assiste à destruição da própria casa. O local escolhido para a sessão foi o auditório da Parada.

Cybelle Mendes, aluna de doutoramento em Media Artes e uma das organizadoras do evento, destaca a importância da iniciativa: “Tentamos criar um espaço para fala, discussão e memória do que está a acontecer”. No entanto, aponta alguns desafios, como a proximidade dos exames e os horários das cantinas, que influenciam a presença
dos alunos. “Já tivemos sessões com a participação de diretores cinematográficos, o que atrai mais pessoas”, acrescenta.
Além da abordagem do tema da Palestina, a iniciativa pretende incentivar a cultura cinematográfica na universidade. “O objetivo é ensinar a assistir e trazer os alunos de volta ao Cinema após a pandemia”, explica ainda. As sessões são uma forma de consciencialização e oportunidade para ter uma experiência de Cinema.

Para Maria Inês Ferreira, estudante de Design de Moda, esta é a primeira participação numa Sessão de Cinema Palestiniano. “Vim para me educar mais sobre o tema e espero aprender, também, com quem está presente”, afirma. Reforça ainda a relevância destes
eventos para a UBI, tanto enquanto universidade como comunidade, e defende que “deviam acontecer mais iniciativas do género”. Descobriu a sessão através dos emails do Gabinete de Relações Públicas da UBI.

Maria veio acompanhada pelo amigo Vicente Santos

Lançado em 2021, “Farha” é um drama inspirado numa história verídica que ocorreu durante a guerra israelo-árabe, em 1948, quando centenas de milhares de palestinianos foram forçados a deixar as suas casas. A narrativa acompanha a protagonista enquanto luta contra o medo, a fome e a incerteza do que acontece ao seu redor, oferecendo um retrato íntimo e comovente da perda e resistência. Além de retratar o passado, alinha-se com as tensões políticas que se vivem atualmente no Médio Oriente.

Não só por parte do Clube de Cinema, a promoção de sessões de cinema é já uma tradição do núcleo de estudantes de cinema da UBI, contribuindo para a formação crítica e cultural dos alunos e da comunidade académica.

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