O primeiro “Lab Aberto”, uma exposição das fotografias produzidas durante o ano pelo coletivo Desfoque, do laboratório de fotografia analógica experimental da CISMA, realizou-se na quarta-feira, dia 11 de dezembro, como evento único de divulgação dos trabalhos do workshop.
A exposição consistiu de “fotos no varal”, feitas com câmaras artesanais “pin holes” e fotogramas. Alice Pereira, uma das participantes do coletivo, conta que o “pin hole” foi o experimento mais interessante pois “nos leva um bocadinho ao início da fotografia”. O “pin hole” é uma câmera analógica, feita com recipientes improvisados, como latas ou caixa de fósforo, onde é feito um furo pequeno para entrada de luz, que impressiona um papel fotossensível, revelado em preto e branco.
Já o fotograma é ainda mais artesanal, não usa nenhum tipo de câmara. Consiste em colocar um objeto sobre um papel fotossensível que, quando exposto a luz vermelha, imprime a marca do objeto no papel.
Além das fotos expostas, havia duas instalações simultâneas no evento: uma de “light painting” (pintura de luz), que consiste em deixar a exposição baixa e tempo alto de obturação na câmara e depois usar uma luz para fazer desenhos no ar. A outra instalação chamada “Revela-te”, consistia na pintura ou escrita com um revelador químico, sob a luz vermelha do laboratório.
Duas visitantes no Lab Aberto, Joana Praia e Sara Pinheiro, gostaram de experimentar o “light painting” e contam como é uma experiência diferente: “Não estamos bem no controlo do que está a acontecer porque, no “light painting”, nós temos que esperar aqueles 10-15-30 segundos para saber o resultado final, ou seja, quando estamos a desenhar, não vemos nada do que está a acontecer”.
Luana Lobato, a organizadora da exposição e criadora do coletivo Desfoque explicou que esses experimentos “são processos alternativos de fotografia”. Luana, que é a coordenadora do laboratório de fotografia analógica da CISMA, Associação Cultural, e acompanhou todos os trabalhos que foram feitos nos últimos meses, explicou também que o projeto é direcionado à fotografia experimental: “A gente basicamente faz workshops e sessões abertas sobre fotografia, sobre a teoria da fotografia, sobre o campo, da discussão ontológica, da imagem”.
O coletivo Desfoque em si só foi criado há 3 meses, dentro da CISMA, e eles decidiram fazer a mostra para apresentar o que os trabalhos que foram feitos. O coletivo é composto por 12 membros, todos estudantes da UBI.