No Dia Mundial do Diabetes, assinalado a 14 de novembro, os dados alarmantes combinam-se com vozes de quem convive com a doença para reforçar a urgência da prevenção e do diagnóstico precoce. Em Portugal, a prevalência do diabetes atingiu, em 2024, 14,2% da população, o valor mais alto de sempre.
A enfermeira Catarina Santos, de 40 anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1. Ela explica que o diabetes “é uma condição crônica em que o pâncreas deixa de produzir insulina de forma suficiente”. Segundo a enfermeira, a obesidade, a má alimentação, a vida sedentária e patologias associadas como colesterol ou doenças cardíacas aumentam a probabilidade de desenvolver a doença. A enfermeira salienta ainda que existem “causas autoimunes e até fatores emocionais ou estresse” que podem influenciar o aparecimento do diabetes.
Desde a infância, Catarina Semedo, de 20 anos, convive com o diabetes. Recorda que foram tempos difíceis, principalmente pelas restrições alimentares. “Em festas, não podia comer as coisas que queria e para uma criança que ia a festas de aniversário e não poder comer como os meus colegas comiam era muito triste e complicado para mim”. Atualmente, o principal desafio surge em “situações de estresse e pânico” que podem provocar tanto o aumento (hiperglicemia) quanto a diminuição (hipoglicemia) do açúcar no sangue. Estes quadros a obrigam a alertar amigos e familiares para sintomas como tremores, palidez e suores frios. “Já tive casos em casa que fui ajudada pelas minhas colegas, por ter-lhes dito os possíveis sinais. Se tivesse sozinha, podia desmaiar e ser um caso muito complicado”.
Os números chamam a atenção e, apesar de haver um aumento da deteção do diabetes na consulta aos doentes, especialistas alertas para “elevados níveis de subdiagnóstico”, ou seja, muitas pessoas têm diabetes sem saber, segundo os dados do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes.










