Na sequência do Dia do Estudante, que reivindicações se mantêm prementes e relevantes para a comunidade estudantil face às atuais medidas do Governo?
Relativamente ao Dia do Estudante, a AAUBI promoveu duas iniciativas – uma local e outra nacional. A nível local, aproveitámos as Jornadas Pedagógicas e coordenámos com os núcleos a colocação de faixas com reivindicações específicas por faculdade. A nível nacional, estivemos presentes em reuniões com o secretário-geral do PS, com membros do Governo, nomeadamente a ministra da Juventude e o ministro da Educação, e participámos na manifestação com outras associações.
As principais reivindicações passam pela propina, alojamento, ação social, e nós, em particular, levámos o tema do subfinanciamento e das desigualdades territoriais. Mais de 80% dos nossos estudantes, são deslocados, mas temos apenas cerca de 800 camas sociais. Isso é incompreensível. O Governo prometeu rever o modelo de financiamento até 2027, mas até lá continuamos subfinanciados.
E como correu a Semana Académica deste ano? Já têm algum balanço?
Foi um verdadeiro desafio. Somos apenas 29 estudantes a organizar tudo. Tivemos de mudar de local, para o complexo desportivo da Covilhã o que trouxe mais trabalho e custos – desde a tenda até ao chão que teve de ser preparado diariamente pela Proteção Civil. Mesmo com essas dificuldades, conseguimos esgotar dois dias de eventos, algo histórico. Falámos com antigos presidentes da AAUBI e ninguém se recorda de isso ter acontecido. O balanço é extremamente positivo, e ficámos com a sensação de trabalho bem feito.
Se pudessem escolher novamente o local, voltariam ao Complexo ou regressavam à Anil?
É uma questão que está em cima da mesa para a receção ao caloiro. A Anil é a nossa casa, mas tem limitações de espaço. O Complexo exige custos muito mais elevados em termos de produção, mas também nos dá mais margem para crescer. Teremos de avaliar.
Têm ideia de quantas pessoas passaram pela Semana Académica?
Ainda estamos a contabilizar, mas foram mais de dez mil entradas ao longo dos dias. Batemos novamente o recorde.
Falando agora do Europeu Universitário de Andebol – como está a organização?
Está marcado para 22 a 28 de julho. Esperamos cerca de 500 pessoas entre atletas e equipas técnicas, com 12 equipas femininas e 12 masculinas. As nossas duas equipas da AAUBI também vão participar, o que é uma oportunidade única para os nossos atletas. Este será o primeiro Europeu de Andebol na Covilhã, e o último evento semelhante [campeonato mundial universitário de andebol] foi há 25 anos.
Já houve melhorias nas infraestruturas por causa do Europeu?
Sim, tanto nos pavilhões como nas áreas envolventes. E essas melhorias não são apenas para o Europeu – são para ficar e beneficiar os nossos estudantes, especialmente os de Ciências do Desporto. É uma oportunidade para elevarmos o nome da Covilhã e da UBI no panorama desportivo universitário.
O Europeu de Andebol terá mais dimensões além da competição?
Sim. Já doámos cinco mil árvores aos baldios de Verdelhos para compensar a pegada ecológica das viagens das equipas. Queremos associar o evento a vertentes sustentáveis e formativas – vamos até realizar um curso de árbitros de andebol, com o apoio das federações nacional e distrital.
E sobre o Europeu de Ténis de Mesa em 2027, já está confirmado?
Sim, recebemos a confirmação em setembro. Em 2027 teremos o Europeu Universitário de Ténis de Mesa. Estamos já a preparar a criação da nossa equipa, com torneios internos e apoio aos atletas.
A saúde mental tem sido uma bandeira da AAUBI. Que passos têm sido dados?
Fizemos acordos com psicólogos externos para consultas entre 20 e 35 euros, o que é menos de metade do preço habitual. Já são mais de cem alunos acompanhados, com sessões semanais ou quinzenais. É uma resposta direta à dificuldade de marcação na Psicologia da UBI, onde os tempos de espera são longos.
Outras iniciativas que destacam neste mandato?
A nível desportivo, criámos equipas de xadrez e ténis de mesa, com treinos nos pavilhões ou no nosso espaço. Vamos abrir também a secção de padel. Culturalmente, lançámos o stand-up comedy, retomámos a Feira do Livro e estamos a reforçar a ligação com os núcleos. Fizemos o Guia de Apoio ao Aluno Internacional, retomámos o Start in UBI (tipo Shark Tank), e temos cerca de 30 núcleos ativos, o que é excelente.
E quanto ao Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) realizado na Covilhã?
Foi um enorme orgulho. Trouxemos todas as direções associativas do país para discutir política educativa. Foi um momento alto do nosso mandato e mostra a força que a AAUBI tem hoje a nível nacional.
Como resumiria este ano de mandato?
Foi e está a ser o mandato com mais atividade de sempre. Apostámos no que já existia e criámos novas iniciativas. Envolvemos os estudantes, respondemos a necessidades reais e preparámos o futuro. O nosso foco é sempre o mesmo: representar e valorizar os alunos da Universidade da Beira Interior.