Oficina de Canto e Tradição Oral une Gerações

A segunda oficina do projeto "Interseções: Formação Artística Plural" cativou os participantes na Biblioteca Municipal da Covilhã, ao explorar a riqueza da tradição oral por meio da arte do canto.

O workshop “Canto e Tradição Oral”, dirigido por Leonor Narciso, decorreu no passado sábado, dia 16 de março, e teve como propósito educar os mais jovens e relembrar aos mais velhos sobre a importância de preservar a cultura oral. Ao longo da atividade foram desenvolvidas atividades de grupo e partilha de conhecimentos, nomeadamente através de lengalengas e cantigas que ligam gerações.

A tarde começou com a criação de uma pauta musical feita a partir de um ritmo criado pelos participantes, e que incluía sons desde os mais agudos, como palmas e estalos de dedos, aos mais grave,s como batidas de pés no chão. Os exercícios permitiram treinar a coordenação motora e repor memórias através do canto e da repetição de padrões musicais. 

O ponto alto da tarde foi a comparação espontânea entre as brincadeiras que marcaram o passado e as realizadas pelas crianças atuais. 

Leonor Narciso, professora primária, já realiza workshops sobre o tema há mais de 40 anos e afirma que todos são bem-vindos a participar.  A professora primária refere que estas tradições  “têm que se registar, ficar connosco, para não se perderem”. Refere ainda que  “as brincadeiras atuais contêm um pouco dos nossos avós, principalmente no espírito de colaboração”, reiterando a importância da passagem de um testemunho que vá de encontro aos gostos dos mais novos, procurando sempre novas formas de os motivar a aprender mais. 

Num tom nostálgico, deixa uma mensagem final que considera fundamental: “não percam as memórias dos avós, tentem encontrar formas de conversa sobre a vida e histórias deles enquanto ainda os têm com vocês”. 

Pedro Silva, de 40 anos, viu esta iniciativa como uma maneira de unir diferentes gerações, referindo-se à dança final como a sua parte favorita. Por sua vez, Jéssica Alves, de 22 anos, considerou a experiência interessante, pois permitiu o contacto com histórias frequentemente desconhecidas, enfatizando a importância da transmissão da palavra para que a memória não se perca. 

O evento insere-se nas atividades da “Quarta Parede”, uma Associação de Artes Performativas da Covilhã, sem fins lucrativos, que tem como propósito promover a produção e criação artística na Beira Interior. O próximo evento decorre a 19 de abril, no Teatro Municipal da Covilhã, com o tema da Dança “Kuduro” , dada por Fábio Januário. 

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