Palmarés de Cinema da UBI é motivo de orgulho

O evento que celebra o melhor do cinema académico português ocorreu de 22 a 25 de fevereiro em Albufeira. A 10º edição dos Prémios Sophia Estudante, promovida pela Academia Portuguesa de Cinema, mobilizou alunos dos cursos de Cinema pelo país fora a participar neste festival. A Universidade da Beira Interior concorreu com dois filmes e dois cartazes, mas já é detentora de prestigiosos prémios, a nível nacional e internacional, num extenso palmarés de que alunos e docentes se orgulham.

Com apoios da universidade na produção, angariação de fundos por parte dos estudantes, ou investimento do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) os alunos dos cursos de Cinema entram numa verdadeira produção cinematográfica, constituindo equipas nos cargos de realização, produção, imagem, som e montagem.

“Enviar os nossos projetos para Festivais é um processo mais burocrático, parte de uma pesquisa de festivais e do que eles estão à procura, e comparar com o nosso filme” disse Ana Rita Lisboa, produtora do projeto “À Luz das Impressões”, um novo filme dos alunos do 1º Ciclo de Cinema. “Às vezes a faculdade ajuda com esse processo, outras vezes é deixado ao critério das pessoas que fizeram o filme”.

“À Luz das impressões” é um documentário experimental que aborda as perceções que temos da nossa realidade a partir dos sentidos. Em particular, o filme retrata as impressões da realidade criadas por pessoas cegas. O projeto já foi selecionado para participar no CineNova – e no Fantasporto.

Marta Oliveira, diretora de som, diz que é uma questão mais individual e não tanto da faculdade: “A universidade não participa assim tanto, é mais deixado ao nosso critério. Atualmente estamos a concorrer sozinhos, pelo nosso trabalho, e ao faze-lo sentimos que estamos a celebrar o que nós fizemos.”

O realizador deste projeto, Luís Miguel Rocha, diz que como finalista da licenciatura de cinema quer acreditar que esta nomeação possa ajudar a gerar interesse noutras curtas-metragens produzidas na Universidade da Beira Interior. “É sempre bom quando uma obra realizada neste curso é reconhecida fora do campus universitário, mas a verdade que é que nem sempre o curso de cinema tem o reconhecimento e o apoio que deveria ter por parte da comunidade universitária.”

O realizador exprime ainda assim, que é a UBI que permite aos seus estudantes evoluir enquanto cineastas, e que lhes proporcionam os meios para produzirem as suas ideias: “Eu tive oportunidade de evoluir nesta instituição, e é sempre bom conseguir levar a universidade a outros pontos do país através do nosso filme”.

 

Na 9º edição dos Prémios Sophia Estudante, ocorridos a 5 de março de 2023 em Albufeira, três filmes da UBI foram reconhecidos. Na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção, o projeto “O Tempo e a Vontade de Ficar” de Henrique Linhales Rangel, alcançou o segundo lugar na competição. Para o prémio de Melhor Curta-Metragem Experimental, o terceiro lugar foi atribuído a “O Tempo Escreve a Vermelho” de Patrícia Fernandes. A Curta-Metragem “O Que Ainda Não Tem Nome” de Cybelle Mendes, recebeu uma Menção Honrosa, no âmbito do 2º Ciclo em Cinema.

“O tempo e a Vontade de Ficar” tem um palmarés invejável tendo ganho oito prémios: melhor produtora no Festival Fullshot de Veneza e Melhor Produção de Melhores Curtas de Munique, melhor filme no Festival Cooper Awards, Melhor Filme Estudante no Festival Internacional de Curtas de Madrid, Melhor Ator no Festival Indie de Toronto, e Melhor Filme Estudante no Festival Cult Movies em Inglaterra e Melhor Curta Estudante no Festival Independente de Seattle, ao lado de “Uma Balada de Amor, Ganância e Vingança” que ganhou melhor faroeste nesse festival e Melhor Curta Faroeste no Festival Cult Movies.

Em 2022, na 8º edição do festival o segundo lugar para Melhor Curta-Metragem Mestrado e Doutoramento, foi atribuído a “Lugares de Ausência” de Melanie Pereira.

No ano anterior, as produções da UBI conquistaram três prémios nos Sophia Estudante. “Igor” ficou em primeiro lugar na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção, enquanto “The Namelessness Dance” alcançou o segundo lugar na categoria de Melhor Curta-Metragem Experimental. Igualmente, o segundo lugar na categoria de Melhor Curta-Metragem Documental foi para “Camaradas de Armas”. Este último projeto, também recebeu o prémio de Melhor filme no Festival One Shot Tarrassa, em Espanha, e o prémio de Melhor Ensaio Nacional no Festival Caminhos do Cinema Português, e ganhou o prémio PrimeirOlhar no Encontro de Cinema Português de Viana do Castelo.

“Os meus filmes não seriam os mesmo sem este curso, 90% de tudo o que eu faço com os meus projetos agora, veio da UBI” disse, Henrique Linhales Rangel, “a UBI não só apoia, mas instiga, crítica o que tem de bom e o que tem de ruim, ajuda a gente a melhorar de verdade” acrescentou. “É um ensino que eu valorizo muito, um ensino europeu, um ensino artístico, que valoriza o cinema como arte, incentiva a pesquisa e o estudo.”

O realizador expressou o seu orgulho em representar a Universidade da Beira Interior, indicando o seu interesse pelo mundo académico e em ser professor de cinema em Portugal.

 

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