“Quando nunca a infância teve infância”

Tributo a Zeca Afonso
Zeca Afonso fez-se presente no Rodrigo, dia 30 de abril, com a interpretação dos seus temas, por Emílio Rodrigues, um tributo à sua imagem.

As comemorações aos 50 anos do 25 de abril continuam, e quatro músicos decidiram prestar uma homenagem a Zeca Afonso, uma das figuras predominantes na revolução dos cravos. O espaço disponibilizado pelo Grupo de Instrução e Recreio do Rodrigo (GIR), permitiu recordar os temas que caracterizaram a vida artística de Zeca, assim como outras canções de abril. 

Em vésperas do dia do trabalhador, “Tributo a Zeca Afonso”, celebrou ainda os 50 anos dos direitos conquistados pelos trabalhadores: “o 1º de maio que há 50 anos foi um dia muitocelebrado”, lembrou Cláudia Gonçalves, primeira secretária do GIR, antes da atuação. 

“Pedra filosofal”, de Manuel Freire, outro cantor de intervenção, iniciou o espetáculo pela voz de Emídio Rodrigues, acompanhado por Renato Folgado, no piano, Diogo Pinto, na guitarra e ainda Tiago Oliveira, na guitarra portuguesa. “O que faz falta”, “Venham mais cinco”, “Maria Faia”, foram algumas das músicas que constituíram o repertório de apresentação. A atuação atingiu o seu apogeu com “Grândola Vila Morena”, canção revolucionária que se tornou símbolo do fim do regime ditatorial. A Emídio, juntaram-se as vozes do público, comovidos pelas lembranças que marcaram um período obscuro da história portuguesa.

Diogo Pinto, guitarrista, destacou a importância deste evento dizendo que “nunca se devem deixar cair no esquecimento as raízes sociais e artísticas”.

O tributo enquadrou-se igualmente nas comemorações aos 103 anos da fundação do Grupo de Instrução e Recreio. Este marco tem sido celebrado ao longo do mês de abril, com a organização de várias atividades de teor cultural, desportivo e recreativo. Torneios de malha, sueca e matraquilhos, caminhada pela rota do Rodrigo e aulas de zumba foram algumas das ações desenvolvidas, para promover o convívio e a partilha. Dia 11 de maio, às 21 horas, vai realizar-se uma noite de fado, encerrando as comemorações. 

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