25 de abril: A democracia no cartaz

Exposição em comemoração ao 25 de abril na Biblioteca Central da UBI

Entre os dias 8 a 12 de abril, na Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior foi exibida uma exposição de cartazes onde se inscreve as celebrações do 25 de abril, em colaboração com Eduardo Camilo.

No âmbito das celebrações do 25 de abril, a Biblioteca Central da UBI decidiu aproveitar um espólio de cartazes organizado, recolhido e angariado por Eduardo Camilo, aquando o seu doutoramento.

A exposição conta com dezanove cartazes alusivos ao tema, onde são reconhecidos alguns artistas. Os cartazes fazem uma alegoria onde mostram motivos de grande relevância, como as mulheres e as crianças, os espaços abertos ou a representação da multidão. Neste âmbito destaca-se, também “a representação utópica de um espaço que se politiza alavancado no mundo do trabalho.” (texto em exposição elaborado por Eduardo Camilo). É de salientar que os cartazes transmitem um estilo pessoal e uma estética alternativa dos artistas, onde é notório a inovação nas formas, o modo de produção das imagens, a pluralidade dos letterings e das cores, bem como as modalidades alternativas de composição.

A coleção de cartazes exposta integra um espólio doado à Universidade por Francisco Madeira Luís, um dos maiores colecionadores de cartazes em Portugal, que distribuiu vários da sua coleção pelo país inteiro. Esta iniciativa foi também uma forma de o homenagear.

O autor da exposição, afirmou que as maiores dificuldades subjacentes a este tipo de trabalhos é sempre uma: a dificuldade de datar. Explicou que é difícil saber ao certo as datas de cada cartaz, contudo devido à sua profunda investigação no âmbito da elaboração da sua tese de doutoramento conseguiu obter as datas exatas. O que mais gostou de fazer foi a recuperação de documentos da época de alguns artistas de artes plásticas, que deram a sua criatividade em nome da democracia e do 25 de abril. Considera que é um gosto explorar esses acervos e estar a fazer “quase” um trabalho arqueológico a tentar perceber quem é o autor, pois os respetivos documentos não são assinados. “Este trabalho detetivesco, de procura é muito interessante”, acrescenta.

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