Oficina de costura à mão no polo principal da UBI

Núcleo da Real Fábrica Veiga, do Museu de Lanifícios
Jovens e adultos aprenderam e refinaram práticas de costura

O Núcleo da Real Fábrica Veiga, do Museu de Lanifícios, recebeu na tarde do último sábado de abril, a oficina Costura À Mão, parte da iniciativa Wool É Cool, sendo coordenada pela designer Elda Joaquim.

Com a participação de 20 pessoas, a designer e criadora da marca Kapulana-San ensinou os pontos básicos da costura manual, trazendo à mesa também alguns livros de passo a passo de técnicas de bordado. A intenção era a construção de uma pequena biblioteca de pontos, que serviria para inspirar projetos futuros.

A atividade gratuita, faz parte do ciclo de oficinas de arte têxtil do Serviço Educativo do Museu de Lanifícios da UBI, que disponibiliza todos os materiais necessários, e enfatiza a lã como como uma matéria-prima ecológica e sustentável. A questão da sustentabilidade combina com o trabalho da empreendedora Elda Joaquim, que preza pelo desperdício zero no têxtil, através da criação de kimonos que misturam a estética de África e do Japão.

Material de referência utilizado na oficina

O estudante de licenciatura em Design Industrial, Dyhogo Pesantez, disse que a motivação para se inscrever na oficina, foi “aprender as técnicas para conseguir arrumar a própria roupa”, e assim, “não dependeria de outras pessoas nessa área”.

A oficina procurou expandir o pensamento das pessoas, fazendo-as enxergar no tecido um “mar de possibilidades” como comenta Elda, para que haja um pensamento de transformação contra o consumismo. “Antes de pensar em comprar uma coisa nova…é abrir o armário e pensar no que eu posso transformar”, pontuou.

A artesã refere que a costura à mão, dá um toque pessoal, o que torna as peças de roupa únicas, e combate a tendência do mundo cada vez mais industrializado, em que a sociedade atual “basicamente veste plástico”, a priorizar fatores de preço e estética, em vez da qualidade em si.

Elda Joaquim a instruir mãe e filha

Elda Joaquim tem sua marca desde 2014, focando no desperdício zero de tecido, e afirma que os kimonos são o melhor exemplo, pois são apenas quadrados e retângulos. “A moda é uma das formas, a partir da qual as pessoas mais facilmente aceitam e conhecem outras culturas”, revela a designer, enfatizando também a fusão cultural que destaca no seu trabalho.

O objetivo da realização da biblioteca de pontos acabou por ficar incompleto, devido a falta de tempo, contudo, a atividade terá continuidade, previsivelmente, no dia 30 de maio

Alguns dos livros trazidos por Elda Joaquim

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