“Dar Sangue Salva Vidas” é o mote de mais uma recolha de sangue e medula óssea realizada na UBI, desta vez na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) retornou à UBI, na última terça feira, 9 de abril, promovendo mais uma recolha de sangue e de medula óssea entre a academia e os covilhanenses. Entre as 10 e as 17:30 foram várias as pessoas que passaram pelas cadeiras do Espaço WorkIn@FCSH para doar sangue, algumas pela primeira vez, como é o caso de Cátia Duarte e Sara Fernandes.
Para as alunas de psicologia o procedimento é uma novidade e há um certo nervosismo envolvido. Sara tem medo de agulhas e Cátia tinha receio de doar por medo de o seu sangue “não ser adequado”. “Será que meu sangue é bom?” é uma questão recorrente e uma das que consta nos folhetos da mesa de informações. Beatriz Monteiro, colega de curso e dadora pela segunda vez, também compartilhava desta dúvida, mas explica que uma amostra do sangue do dador é sempre analisada de maneira a descartar qualquer alteração, tal como lhe mostraram na sua primeira recolha. Pode também encontrar outras perguntas frequentes no site do IPST.
Este tipo de informações é explicado durante todo o processo da recolha que se inicia com a decisão de doar e com o preenchimento de um formulário. A seguir basta passar por uma triagem e obter a “luz verde” do médico. Este processo é inescapável a qualquer dador e repete-se em todas as recolhas, mas, mesmo assim, não é tão difícil como imaginava Cátia.
Todo o percurso da dádiva demora cerca de 30 a 45 minutos. Desses, cinco a sete minutos são dedicados à recolha dos 450ml de sangue. Ao telemóvel ou à conversa, quem doa vai-se distraindo do processo e na sala o ambiente é de descontração e de brincadeira entre dadores e profissionais. Mas o processo não termina por aqui. Depois da “picadela” cada dador pode esperar uma pequena refeição durante o período de recuperação. É nesta etapa do percurso que voltamos a encontrar as estudantes Cátia, Beatriz e Sara.
O medo já se dissipou para Cátia e especialmente para Sara, que enfrentou as agulhas. “Agora que fiz isto e não custa assim tanto sou capaz de doar mais vezes, é uma coisa que quero fazer.” Esta motivação para voltar a dar sangue é compartilhada por vários dos dadores e entre os incentivos para a repetição do processo está o saber que a dádiva pode ser importante para alguém. Beatriz menciona ainda como motivação “o facto de em Portugal, atualmente, haverem poucos dadores”. Desde 2014 que se tem assistido a um decréscimo no número de dádivas, à exceção do ano de 2021.
As recolhas de medula óssea são também uma dádiva essencial, mas que poder requerer maior ponderação. Depois de uma recolha única de sangue os seus dados serão guardados numa base informática nacional e internacional. A hipótese de encontrar alguém compatível a quem doar é de 1/10000, mas caso aconteça o dador será chamado para mais testes de compatibilidade, o que pode levar ao início do processo de doação de medula óssea. Cátia e Beatriz acreditam que ainda lhes “falta coragem” para essa colheita, mas Maria Carolina de Oliveira, aluna de engenharia civil, seguiu com o processo de colheita neste dia.
Apesar do dia de “primeiras vezes” a adesão a esta recolha ficou aquém do esperado. As alunas acreditam que este resultado possa também dever-se à fraca divulgação da iniciativa. Beatriz soube apenas pelas mensagens que o IPST manda a todos os que estão inscritos como dadores, Cátia por amigos e Sara pela fixação de cartazes.
No final do dia, o que custa mais é retirar o penso rápido do braço, como brinca Sara Fernandes. Apesar dos receios iniciais que, para algumas das dadoras, resultam da falta de conhecimentos quanto à dádiva de sangue, todos acabam por afirmar que daqui a 4 meses voltarão a ponderar dar sangue.