Este encontro, enquadrado nas celebrações do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, iniciou-se com um debate que teve como ponto de partida as respostas do inquérito realizado na UBI.
Nuno Jerónimo, docente do Departamento de Sociologia, destacou que alguns destes resultados podem ser esperançosos, visto que 60 por cento dos participantes acredita que as diferenças de géneros não dificultam a sua vida académica. O professor destacou ainda a grande presença das mulheres nesta atividade, mas lamentou a falta de outros espaços de discussão do tema.
Foram também apresentados dados sobre a alta taxa de suicídio entre pessoas transgénero e o impacto do conteúdo sexista promovido nos média.
Sónia de Sá, presidente da Comissão para a Igualdade da UBI, destacou a sua esperança de que este encontro seja o início de muitos outros, e sublinhou a importância de trazer outros géneros para discutir este assunto. Considera importante demonstrar aos jovens rapazes e aos homens que dar mais voz pública às mulheres não significa uma diminuição de espaço para os homens. Salientou ainda o papel da educação dos mais novos para que estes cresçam a respeitar as mulheres.
Durante a reunião, foram ouvidos vários testemunhos de alunos que exigiram mais atenção às situações desconfortáveis e de descriminação que ocorrem, referindo a importância e o papel essencial que a Comissão para a Igualdade deve ter nestes casos.
Carolina Dias, representante dos estudantes da UBI na Comissão para a Igualdade, lamenta a pouca adesão a eventos que discutem estes temas e destacou a importância de se falar mais sobre a problemática.
Madalena Cruz, doutoranda em Psicologia Clínica e Saúde, também salientou a importância desta reunião, ressaltando a regressão da sociedade neste tema, mesmo já tendo passado 50 anos sobre 25 de abril. Apesar disso, considera que momentos como estes trazem esperança às mulheres, mostrando-lhes que não estão sozinhas e têm espaço e voz.
A reunião terminou com uma discussão sobre a discriminação em ambientes académicos e com uma mensagem de que a mudança é necessária para se garantir um futuro igualitário.