Alunos da UBI combatem escassez de água em África

Thirst Project é uma iniciativa de voluntariado que angaria fundos para construir poços de água e sensibilizar para a crise hídrica em África. A cerimónia de apresentação do projeto, que envolve alunos da UBI, aconteceu na passada terça-feira, na Faculdade de Artes e Letras, e encheu o auditório da Parada.

A Faculdade de Artes e Letras foi o local escolhido para a cerimónia de apresentação do Thirst Project UBI, iniciativa que move alunos a organizar eventos para angariar fundos destinados à reparação de fugas e à construção de poços de água potável em comunidades africanas. O dinheiro arrecadado em Portugal será direcionado para o Reino do Essuatíni, antigamente conhecido por Suazilândia, país onde a escassez de água potável afeta mais de um milhão de pessoas. Desde a chegada do projeto a Portugal, em 2019, a maioria das equipas voluntárias concentrou-se em Lisboa, representando 60% do total. A UBI é a primeira instituição de ensino do interior a integrar o projeto, contando atualmente com 30 membros voluntários. A iniciativa na Covilhã foi criada em abril de 2024.

Alice Ricarte, aluna de Ciências da Comunicação e presidente deste projeto, destacou a importância deste voluntariado, afirmando que, além da angariação de fundos, todos os membros pretendem também “dar visibilidade à região, promover o voluntariado e sensibilizar para a necessidade de poupar água.” Sublinhou ainda que “a falta de água em África afeta a educação, a economia e os direitos humanos”, realçando o impacto social da iniciativa. O projeto está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 6 da ONU, que visa garantir o acesso universal à água potável e ao saneamento.

Alice Ricarte a discursar na cerimónia de apresentação.

Entre os voluntários está Catarina Carmo, estudante de Medicina, que partilhou a sua motivação em pertencer à equipa: “Desde miúda que faço voluntariado. Já conhecia o projeto através de amigos em Lisboa e, quando surgiu a oportunidade na Covilhã, não hesitei”. Para a aluna, o voluntariado é essencial na sua formação enquanto futura médica, pois acredita ser uma forma de “humanizar as pessoas que temos à nossa frente”. “Ter contacto com o voluntariado é ganhar sensibilidade com as pessoas”, acrescenta. A estudante destacou ainda a realidade dura enfrentada pelas comunidades beneficiadas pelo projeto: “As mulheres e as crianças andam cerca de seis quilómetros para encontrar água. Não podemos mudar isto, mas tentar melhorar as condições de quem lá vive é o que nos move”.

Catarina Carmo não quer que o voluntariado deixe de fazer parte da sua vida.

Com esta iniciativa, criada por alunos, a UBI junta-se ao esforço global para combater a crise da água e promover melhores condições de vida nas comunidades mais afetadas pela escassez hídrica. Para os estudantes que queiram colaborar, o processo passa pelo preenchimento de um formulário disponível nas redes sociais da iniciativa.

Alguns membros da equipa juntos, no Polo Principal da UBI.

 

Pode ler também