Criatividade na hora da escrita

Na passada quarta-feira, dia 17 de maio, um grupo de 13 pessoas juntou-se a Nuno Jerónimo, professor na UBI, na quarta sessão do Clube de Escrita Criativa na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH). A iniciativa visa desenvolver os  hábitos de escrita e estimular a criatividade através de leituras, sugestões e partilhas.

Todas as quartas-feiras, Nuno Jerónimo estabelece uma série de exercícios práticos que visam estimular a escrita e as várias formas como ela pode ser transposta para o papel. No fim de cada sessão, existe uma tarefa para casa, normalmente de autoconhecimento e autorreflexão.

Nesta sessão marcaram presença quatro novos participantes e, por isso, foi proposta uma apresentação de grupo. Entre desabafos e confissões, a atividade prática iniciou-se com a exposição de cada um acerca do exercício que tinha sido proposto para casa: uma frase que definisse cada dia, desde o momento em que terminou a anterior atividade até esta sessão.

O dinamismo com que o encontro foi realizado e a disposição da sala, em “U”, onde não existe ninguém de costas para ninguém, proporcionou um ambiente de permanente interação, não só de Jerónimo para com os participantes, mas entre eles próprios.

A escrita não tem um método definido: esta foi a mensagem principal que o docente quis transmitir, acreditando que cada um encontra as suas razões para sentir o chamamento. Acrescentou, ainda, que o importante é que afete alguém e que venha de dentro, algo sentido.

Partindo desta ideia, e no meio de mais um exercício sugerido pelo docente e presidente do Departamento de Sociologia, gerou-se o debate acerca das razões que levaram cada um a decidir participar num workshop como este. Ana Silva, uma das participantes mais velhas, diz que a escrita sempre um refúgio e que escreve há muitos anos, mas o curioso é que nunca ninguém leu nada daquilo que escreve, nem sequer a filha.”Ainda estou a tentar entender a razão  e ambiciono isto para me melhorar, até mesmo enquanto pessoa”, conclui.

Inês Coelho, aluna do mestrado de Gestão de Unidades de Saúde na UBI, foi uma das participantes que esteve pela primeira vez no workshop. Apesar de estar mais ligada à área das Ciências Socioeconómicas, o domínio da escrita é sempre uma mais-valia, até mesmo para projetos futuros, admite a participante, não deixando de recomendar a participação de todos, tem intenções de voltar a estar presente.

A sessão terminou com uma breve leitura de Miss Dollar, um conto de Machado de Assis, pela voz de Nuno Jerónimo. O objetivo será, até à próxima sessão, fazer um retrato escrito de como cada um imagina ser a Miss Dollar, somente a partir do seu nome.

 

Pode ler também