“Jornalismo, sempre!” na Praça do Município da Covilhã

Os alunos da Licenciatura em Ciências da Comunicação e do Mestrado em Jornalismo uniram-se, junto à Câmara Municipal da Covilhã, na passada quinta-feira, dia 14 de março, num ato de solidariedade com a greve geral de jornalistas em Portugal.

Em silêncio, mostravam cartazes em que se podia ler “Jornalismo sempre!”, “A liberdade não se escreve sem jornalismo” (cartaz do sindicato dos jornalistas) e um, que se destacava, em que se lia “Sem estabilidade não há dignidade”. Tomás Quaresma, autor do cartaz e estudante de Ciências da Comunicação, considera que o jornalismo é “mais do que uma profissão”, mas sim “um símbolo de liberdade e democracia” e que a falta de valorização da profissão pode significar “a diferença entre ir ao campo e apurar os factos ou uma pequena pesquisa no google”.

A manifestação silenciosa foi apenas interrompida por buzinadelas, acenos e sinais diversos. “É isso mesmo, mas pelo jornalismo a sério. Vocês são todos manipulados” disse um dos condutores que passava pelos estudantes. Apesar da interação mais abrupta, a maioria dos transeuntes mostrou-se solidária com o jornalismo e alguns deixaram palavras de apoio. Sílvia Ferreira, produtora artística na Covilhã, considera que “a boa informação é produção de conhecimento, e precisamos muito dela”, defendendo que “melhores condições de trabalho para os jornalistas poderão traduzir-se em melhor jornalismo”.

Carlos Miguel parou para assistir à manifestação desde o início e no final aplaudiu, porque se sentiu sensibilizado com a mensagem dos estudantes, pois “onde termina a palavra e o jornalismo, começa a antidemocracia. Porque a democracia começa precisamente em vós, no jornalismo, na palavra, isso é fundamental”, explicou.

A greve que exigia salários dignos para a profissão, o cumprimento das leis do código de trabalho, a garantia de equipamento técnico e o cumprimento de princípios éticos e deontológicos parou mais de 60 órgãos de comunicação social por todo o país, e motivou concentrações nas cidades de Coimbra, Porto, Lisboa, Faro e Ponta Delgada.

Pode ler também