Santa Casa da Misericórdia promove Cantos de Misericórdia e Paixão

Igreja da Misericórdia da Covilhã
Fiéis reunidos em concerto para prestigiar momento dedicado ao simbolismo da Quaresma

A Igreja da Misericórdia, na tarde do último domingo, celebrou o espetáculo etno-religioso “Cantos de Misericórdia e Paixão”, promovido pelo Município da Covilhã e a Casa do Povo do Paul, com a participação do Centro de Ativ’Idades.

Inserido nas cerimónias da Semana Santa de 2025, o espetáculo trouxe em evidência cantos de pesar, dor, sofrimento, luto e paixão, focado no sentir dos cantares da Quaresma. Os sentimentos foram demonstrados nas vestes do coro musical, que iniciou a apresentação de preto, aludindo à morte de Cristo, e terminou com cores vivas, a significar a alegria pela sua ressurreição.

Regidos por Leonor Narciso, o grupo cantou Aleluia, tocou sinos e adufes, além de trazer ao altar jovens e crianças. Em certos momentos, também foram lidos poemas de autores portugueses como Fernando Pessoa, Miguel Torga, Almeida Garrett e Eugénio de Andrade, relacionados com o período do ano que antecede a Páscoa.

Dina Correia, coordenadora do Centro de Ativ´Idades

A Casa do Povo do Paul, associação sociocultural do concelho da Covilhã e o Centro de Ativ´Idades (CAI) destinado às pessoas de mais idade, juntaram-se para promover esta apresentação. Responsável pelo evento, Dina Correia confessou que ao decorrer dos últimos anos, sente que o apelo popular desta época do ano litúrgico vem decaindo, e o espetáculo serve para resgatar a devoção quaresmal.

“Temos de entender a Misericórdia e a Paixão pelo sacrifício que Jesus fez por nós. Não sei se temos esse poder de ser misericordioso, mas acho que o sinónimo para o ser humano é ser bondoso. É fundamental o amor” disse Dina, em relação ao significado dos cantos, expressando ainda que é necessário convocar o envolvimento da juventude.

Leonor Narciso, diretora artística das Adufeiras da Casa do Povo do Paul, em destaque, envolta de jovens

Os cânticos do espetáculo provém de uma tradição oral, sendo cantados fora da igreja na época da Quaresma, e mesmo com o passar do tempo, ainda seguem na memória dos artistas. Segundo Dina Correia, “tudo que seja cultura, novidade e inclusão dos idosos nas festas da comunidade, o CAI estará presente”.

Este foi o primeiro evento, de uma série de atividades promovidas pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, que decorrem até 18 de abril, ao fim da Semana Santa. O próximo será a Procissão do Senhor dos Passos, na tarde do dia 6, com saída da Igreja da Misericórdia.

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