“O Que Faz FALta é Animar a Malta”: Cultura em movimento

Entre corredores habitualmente silenciosos e salas ocupadas por aulas teóricas, algo diferente pairava no ar. No dia 13 de maio, a Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior deixou-se invadir por vozes, ideias, movimento e cor. A terceira edição de “O que faz FALta é animar a Malta” cumpriu o que prometia: um dia inteiro de atividades que celebraram o cruzamento entre cursos, a criatividade estudantil e o prazer de ocupar a universidade de forma viva.

Logo pela manhã, começaram a desenrolar-se conversas informais e partilhas de experiências por parte de antigos alunos, particularmente no núcleo de Ciências da Cultura. A ideia era simples, mas eficaz: mostrar aos atuais estudantes o que pode vir depois da licenciatura, partindo de trajetos reais, cheios de desvios e surpresas.

Numa das atividades mais populares, Cultura com Pinta, os participantes sorteavam uma palavra ligada à cultura e pintavam livremente a sua interpretação. “A cultura com pinta foi a atividade desenvolvida pelo núcleo de ciências da cultura em que cada pessoa que participar vai retirar uma palavra que tenha a ver com cultura e vai ter que pintar sobre ela”, explicou Clara Costa, uma das responsáveis pela organização do evento.

 

 

 

 

 

 

 

 

Durante o dia, atividades como esta cruzaram-se com momentos de atuação. Letícia Micaelo deu voz a um dos instantes mais marcantes do dia, com uma atuação que reuniu uma plateia atenta e emocionada. Entre um momento e outro, o clarinete de Diogo Falcão preencheu os silêncios com música, dando nova vida ao habitual intervalo do café. Houve também dança, numa performance vibrante e inesperada que conquistou os presentes.

Mais adiante, a Filosofia desafiava o pensamento com a instalação “Virtudes em Jogo: A Arte da Medida em Aristóteles”. Maria Eduarda Costa, do núcleo FilUBI, explicou que a ideia nasceu de uma ligação improvável entre escultura e pensamento. “Vi uma escultura na Galeria António Lopes, na exposição ‘A Barca da Vida’, e fez-me luz que podia muito bem conversar a parte artística com a parte filosófica. Então refizemos a escultura a visar a filosofia de Aristóteles e criámos uma atividade também para as pessoas conseguirem uma parte prática, uma parte artística da filosofia.”

A comunicação também quis marcar o dia com uma atividade que refletisse o seu próprio campo. Gonçalo Sá, estudante de Ciências da Comunicação, explicou a proposta: “A nossa atividade surgiu no âmbito do Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação, e foi fazer uma coisa que nos é diretamente à nossa área, que é a gravação de um podcast ao vivo. Temos a rubrica que lançamos todas as semanas, que é o Comunicando, e desta vez fizemos uma gravação diferente, porque é ao vivo.”

O núcleo de Cinema, por sua vez, trouxe a exposição “Talk About It – Cinema” e o quiz “Quizztopher Nolan”, que chamou ao palco os mais cinéfilos com perguntas desafiantes, memórias de filmes e até algum espírito competitivo. A participação foi animada, com discussões bem-humoradas e sorrisos fáceis entre os que se aventuraram a responder.

 

 

 

 

 

 

Para Clara Costa, o maior desafio foi coordenar todas estas iniciativas de forma coesa. “Este é um evento que junta os núcleos da Faculdade de Artes e Letras da Universidade e é importante para nós mantermos um espírito de equipa, nos conhecermos todos, juntarmos a comunidade académica da nossa faculdade e podermos mostrar aquilo que se faz em cada um dos cursos”, explicou. Apesar de a previsão apontar para um dia de chuva, a adesão logo na sessão de abertura foi animadora. “Tivemos bastante fluência, portanto agora é esperar que o resto do dia tenha o mesmo número de pessoas ou ainda mais”, disse.

O que fez falta, afinal, não foi o rigor nem a solenidade, mas exatamente o oposto: a abertura ao improviso, ao encontro e à colaboração. “O que faz FALta é animar a Malta” mostrou que a universidade também é feita de momentos assim, em que pensar, criar e rir coexistem no mesmo espaço — sem pressa, sem formalidades, e com espaço para todos.

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