Hélio Fazendeiro tomou este domingo, 2 de novembro, posse como presidente da Câmara Municipal da Covilhã, numa cerimónia que decorreu no Teatro Municipal, afirmando-se determinado em fazer do poder autárquico “um ato de serviço público”. No discurso, sublinhou o compromisso de exercer “um serviço às pessoas, às freguesias, às instituições e à comunidade como um todo”.
Considerando o momento como “um marco de renovação e esperança”, o novo autarca reafirmou a vontade de trabalhar “por uma Covilhã mais coesa, mais moderna, mais solidária, mais desenvolvida e mais justa”. Entre as suas prioridades, destacou a necessidade de garantir “um concelho mais cuidado, com habitação acessível, melhor mobilidade, infraestruturas reforçadas, inclusão social, valorização da cultura, dinamismo económico e respeito pelo ambiente, com a recuperação do território ardido”.
“Estas são as prioridades centrais, que assumo com determinação e com a certeza de que o progresso só é verdadeiro quando chega a todos”, afirmou, apresentando várias medidas concretas para cada uma dessas áreas.
Na área da habitação, anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar encarregue de elaborar um “Plano Integrado de Habitação Acessível”, que incluirá “a identificação de edifícios municipais com potencial de reabilitação; a identificação de imóveis e terrenos com viabilidade para novos projetos; proposta de incentivos à cooperação entre promotores privados e cooperativas; e um calendário de ação realista e sustentável”.
Com base nesse trabalho, pretende construir “um programa de habitação sólido, sustentável e participativo, que una esforços públicos e privados, e responda, de forma gradual e responsável, às necessidades das famílias e dos jovens covilhanenses”.
Defendendo que o concelho deve ser um espaço cuidado, anunciou investimento “na regeneração urbana, nas infraestruturas e no espaço público”, garantindo que “até ao final do ano” reabrirá os sanitários públicos no centro da cidade, “enquanto não cheguem equipamentos mais modernos para ser instalados em locais estratégicos”.
Na área das acessibilidades, será criada uma equipa para, em seis meses, elaborar “um relatório técnico e estratégico sobre o estado da Rede Viária Municipal, para planear intervenções com rigor e previsibilidade”. Esse levantamento incluirá a avaliação do estado das principais vias e passeios, a definição de prioridades de intervenção e um planeamento temporal de execução, culminando num “Plano de Ação Viária” com prioridades bem definidas e execução faseada.
Entre as obras previstas, destaca-se a requalificação do Parque da Goldra, que será transformado num parque urbano contemporâneo, e o lançamento das bases para a modernização do Complexo Desportivo da Covilhã. Fazendeiro referiu ainda que serão avaliadas as condições dos equipamentos desportivos e estudada “a construção de uma nova piscina desportiva coberta e de um futuro pavilhão multiusos”.
A mobilidade foi apontada como elemento central na transformação do concelho. O autarca garantiu que a aposta nos meios mecânicos será mantida, mas “com a substituição por soluções mais modernas”.
“Estes equipamentos representam mais do que uma solução de mobilidade: são instrumentos de coesão territorial, aproximando bairros, facilitando o quotidiano e reforçando a acessibilidade. Pretendemos efetuar uma avaliação técnica completa dos meios mecânicos existentes, para compreender se é viável mantê-los nas condições atuais ou se, pelo contrário, o seu estado exige substituição por soluções mais modernas, funcionais e fiáveis”, explicou.
O reforço da rede de transportes públicos é outra prioridade, com “horários mais regulares, ligações mais diretas e tarifas justas”, além da criação de circuitos flexíveis adaptados à população idosa e às zonas de baixa densidade.
No plano social, Hélio Fazendeiro defendeu o fortalecimento do trabalho em rede e o desenvolvimento de programas de envelhecimento ativo. Na cultura, prometeu reforçar a marca Covilhã Cidade Criativa da UNESCO e dinamizar polos de inovação cultural, incluindo o HUB criativo Portas do Sol, além de ampliar a programação do Teatro Municipal com ligação a companhias locais, regionais e nacionais.
Reiterando o objetivo de transformar a Covilhã num “território amigo do investimento, da criatividade e da sustentabilidade”, anunciou ainda a criação de uma Zona Livre Tecnológica e de um Balcão Único Móvel, que levará os serviços municipais às aldeias e vilas.
Entre as reivindicações que pretende defender, destacou “passes com o custo máximo de 30 euros”, a construção da Barragem das Cortes, a requalificação da Estrada Verde (entre Verdelhos e Manteigas) e a concretização do IC6. Acrescentou também a necessidade de reduzir o tempo da ligação ferroviária a Lisboa e de criar “um serviço pendular ferroviário entre o Fundão e a Covilhã”, com eventual extensão a Castelo Branco e à Guarda.
Hélio Fazendeiro concluiu reafirmando o compromisso de “promover uma governação participativa, aberta à escuta e ao diálogo”, envolvendo todas as forças políticas.
“Estou aqui para trabalhar com todos, incluindo com os senhores vereadores que foram eleitos noutras listas. A Covilhã precisa de todos. E todos terão voz. Porque só unidos poderemos concretizar a Covilhã com que todos sonhamos. Uma Covilhã viva, inclusiva e preparada para o futuro”, afirmou.
No final, agradeceu os 12 anos de governação de Vítor Pereira, reconhecendo que deixaram “uma marca profunda no desenvolvimento” do concelho.
O novo executivo municipal é composto por Hélio Fazendeiro (PS), Regina Gouveia (PS), Luís Marques (PS), João Marques (PS), Jorge Simões (PSD), Carlos Martins (MIPP) e Eduardo Cavaco (+Covilhã).









