
“Às vezes eu fico a cantar na esperança de que eu toque os sinos que cada homem tem no coração.”
A voz de Francisco Fanhais, como cantor de intervenção, juntou-se a muitas outras que marcaram uma geração e época de luta. Emprestou-a para marchar sobre o regime, escondido sob as letras, palavras e melodia da Grândola, Vila Morena. Carrega a sua fé consigo e o testemunho que lhe foi passado de mão em mão por aqueles que cá estão, passados 50 anos de liberdade. Recorda histórias de poemas, histórias de pessoas com quem se foi cruzando a cantar, histórias em estúdio e vozes em coro a repetir as suas músicas. Hoje, ainda lhe nascem as lágrimas nos olhos quando fala de Zeca Afonso, o amigo de uma vida e uma inspiração que faz com que procure ainda “a inquietação e desassossego” para “não deixar a malta adormecer”.