Esta foi a quarta edição da Marcha pelos Direitos LGBTQIA+, promovida pelo coletivo “Covilhã a Marchar”. A iniciativa não se limitou à causa LGBTQIA+, abraçando também temas como o direito à habitação, a solidariedade com a Palestina e os direitos das pessoas migrantes. Durante a manifestação, foi lido um manifesto em frente à Câmara Municipal, no qual se afirmou que a marcha representa uma “afirmação e ação política” em prol da “justiça social”. A organização sublinhou a necessidade de um “plano municipal para a igualdade” e criticou a autarquia por não ter recebido o coletivo para o hastear da bandeira.
Percurso da manifestação.
Marco Graça vive na Covilhã e acredita que é no interior do país que esta luta faz mais sentido. Afirma ainda que “é mais fácil encontrar pessoas que se sintam sozinhas”, realçando o grande número de pessoas da comunidade que por aqui existe. É a terceira vez que participa e deixa claro que não é só a legislação que pode mudar alguma coisa, as atitudes da população também importam na causa.

Apesar de se identificar como heterossexual, Catarina Santos não ficou indiferente a esta luta. É do interior, foi a primeira vez que participou e rapidamente percebeu que estava num “espaço de toda a gente” percebendo que “os aliados são importantes nesta luta”. Para a estudante não importa só “dizermos que somos contra, é importante fazer alguma coisa”. O sentimento descrito pela própria é de união: “Sinto que é um abraço de muita gente ao mesmo tempo”. Face à situação política atual refletiu que as pessoas, agora, parecem “não ter medo de proferir discursos de ódio”.
A Catarina juntou-se Marlene Noronha que não é nova nestes encontros. Vieram juntas e com elas o receio também, quando os comentários nas publicações de divulgação da manifestação, não foram os melhores.

A organização, “Covilhã a Marchar”, é um grupo composto, maioritariamente, por jovens. Catarina Taborda dá a voz por esta luta que acredita ter de ser intersecional.

Defende ainda que “a lei não pode simplesmente ficar no papel e a luta contra a discriminação tem de ser feita nos serviços de saúde, na educação e na habitação”. Embora junho seja o mês de luta pelos direitos LGBTQIA+, a manifestação na Covilhã foi mais cedo. Ao longo do ano este coletivo mantém-se ativo, unindo esforços com instituições como a Coolabora na defesa de diversas causas. A manifestação terminou com um arraial no Jardim Público .