Dia da Criança desperta pura magia no Complexo Desportivo

Mais de mil e quinhentas vozes infantis pintaram de alegria o Complexo Desportivo da Covilhã este domingo, num festival dedicado ao Dia Mundial da Criança que transformou relvados em reinos de fantasia e provou que, quando a comunidade se junta, a infância ganha asas. Sob coordenação do projeto Remy, a cidade ofereceu horas de pura magia – de insufláveis gigantes a balões libertados contra o céu azul – num dia que ficará gravado a cores na memória coletiva.

Logo pela manhã, o cenário era de felicidade: banhadas com sorrisos, famílias rumavam ao Complexo como peregrinos modernos, carregando mochilas com lanches e expectativas. Às 10h00, o relvado já fervilhava de pequenos exploradores escalando castelos insufláveis que desafiavam as nuvens, enfrentando pistas de obstáculos com gritos de vitória, e parando em ateliês onde rostos se transformavam em tigres, fadas ou astronautas. Os Bombeiros Voluntários roubaram cenas ao converterem viaturas em naves espaciais improvisadas: “É o melhor dia do ano!”, exclamava Pedro, 6 anos, com um capacete três números maior que o dele.

Hugo Santos, coordenador do projeto Remy e arquiteto da festa, circulava entre bancadas com um rádio na mão e olhos atentos. “Vê-las correr sem dispositivos eletrónicos, criar amizades instantâneas nos escorregas – isto é ouro puro”, confessou, enquanto ajustava o megafone para anunciar uma surpresa. Em cada esquina, voluntários de coletes amarelos teciam uma rede invisível de segurança e carinho, transformando logística em poesia coletiva.

O clímax chegou quando o sol começou a declinar. Num palco montado sobre a relva, um coro de vozes infantis entoou “O Melhor do Mundo São as Crianças”, arrancando lágrimas disfarçadas em sorrisos dos pais.

Às 20h, com a luz ainda dourada a beijar os cumes, a festa despediu-se sem mágoas. Crianças adormecidas nos ombros dos pais, cheias de desenhos e t-shirts manchadas de guache testemunhavam a jornada. “Hoje sementes de memória foram plantadas”, declarou Hugo Santos, observando o recinto vazio. “Elas lembrarão sempre que a sua cidade lhes deu asas por um dia”. E enquanto um balão solitário, preso num pinheiro, dançava ao vento, a Covilhã provara que o maior investimento no futuro se faz com alegria pura.

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