Na rua por uma casa para viver

A Covilhã voltou a ser palco de uma manifestação em defesa do direito à habitação. O protesto decorreu no sábado, 29 de setembro, e reuniu cerca de 30 pessoas, que entoaram cânticos com várias reivindicações.

A Praça do Município foi o ponto de encontro para uma manifestação que não é nova na Covilhã. Apesar do protesto ter coincidido com outro evento desportivo, no mesmo espaço, e à mesma hora, as razões desta luta faziam-se ouvir.  

Durante a mobilização, houve quatro intervenções, três delas feitas por alunos da UBI. A regulação das rendas, o aumento da oferta de habitação pública e a criação de uma legislação que impeça a especulação imobiliária eram algumas das reivindicações dos manifestantes. 

A manifestação fez parte de um conjunto maior de protestos, organizados pela plataforma Casa Para Viver, e que aconteceram pelo país inteiro, com milhares de pessoas nas ruas. Na Covilhã, a manifestação foi divulgada por Marisa Marques, antropóloga e porta-voz do “Porta a Porta” da Cova da Beira, um movimento pelo direito à habitação em Portugal.  

O Porta a Porta também se juntou com o “Covilhã a Marchar”, responsável pela marcha LGBTQIA+ da cidade, para ajudar com a divulgação do evento.

As preocupações causadas pela crise da habitação, tocaram Marisa Marques pessoalmente, o que a levou a mobilizar-se: “o centro da cidade mudou muito desde que vim para cá, e muito pela especulação imobiliária”. Em 2023, Marisa Marques contactou o “Porta a Porta” e desde setembro do ano passado, o grupo ganhou estrutura na Covilhã e na Cova da Beira. 

Marisa Marques, porta-voz do Porta a Porta na Beira Interior

Daniela Carvalho, estudante de mestrado, esteve presente e foi a responsável por liderar os cânticos ao megafone. É uma estudante deslocada e nos últimos 4 anos em que viveu na Covilhã, percebeu na pele o aumento de preços, e por isso tinha que vir: “isto é uma luta que diz respeito a toda a gente, mesmo quem não tem rendas a pagar, é uma questão de solidariedade, é uma luta nacional”. 

O aumento do preço das rendas é um problema que a população de Portugal têm enfrentado nos últimos anos. Os dados mais recentes dizem que no segundo trimestre de 2024, a taxa de variação do preço médio do arrendamento em Portugal é de 11,1%,  segundo o Instituto Nacional de Estatísticas. Já o valor médio em si, estava em 8,08 euros/m2 no país e de 4,16 €/m2 nas Beiras e Serra da Estrela. A diferença parece ser pequena devido a unidade de medida, porém esse aumento significa uma diferença notável no valor mensal das rendas em Portugal.

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