Com o verão à porta chega também a altura das cerejas, e a paisagem do Fundão tinge-se de vermelho. Quem passa pela cidade já não estranha ver as bancas, as carrinhas abertas e os sorrisos prontos para vender caixas da fruta mais emblemática da região. São os produtores locais, que todos os anos vão para as portas da cidade vender o produto diretamente ao consumidor.
Alzira Maceiras produtora há 15 anos, revela algumas das dificuldades que enfrenta na produção: “Este ano há muito menos cereja pois o clima não ajuda e a mão de obra é caríssima”. Apesar disso, Alzira mantém-se positiva, pois “desde que tenhamos boa qualidade e bons clientes, corre sempre bem”.
A venda das cerejas decorre anualmente entre maio e julho. Estes pequenos “Mercados da Cereja” estão situados nas entradas da cidade do Fundão, a norte na Zona Industrial e a sul na localidade das Donas.
A qualidade do produto atrai tanto moradores locais como turistas que passam pela Cova da Beira. “São mais doces e mais gordinhas”, comenta Benedita Peixe, que veio de Évora: “vim a um casamento na Guarda e tinha de passar no Fundão porque eu gosto muito destas cerejas”, explica.
Enfrentam-se também muitos desafios na colheita e produção desta fruta. Ermelinda Costa, produtora há 40 anos, conta que esta campanha não correu como o esperado. “Este ano foi muito mau pois houve pouca cereja, devido ao frio e à chuva que estragou e rachou os frutos” mas ainda assim, “com qualidade”.
Com o cheiro a verão e o sabor doce da fruta, as bancas de cereja continuam a marcar a cidade do Fundão, onde tradição e sabor andam de mãos dadas.
