Alunos e professores de sociologia participaram de uma mesa-redonda sobre sociologia da moda e do género, dentro do programa da UBI de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. A aula interativa teve lugar no Polo IV e aconteceu no dia 05 de junho.
A professora Cristina Duarte, começa a sessão contando um pouco da sua história com a sociologia e o começo dos estudos sobre género em Portugal. Depois passou a palavra a outros professores presentes, dando espaço para discussão e por fim, o debate passou para as mesas dos alunos.
Os dois principais assuntos foram a moda sem género, os impactos ambientais da fast-fashion e os possíveis impactos económicos da falta da mesma. As discussões começaram depois de a professora assinalar que a cadeira “sociologia do género” é apenas opcional na UBI e não existir completamente em muitos cursos, apesar da sua importância.
“É possível chegar a moda sem género?” indagou o professor Nuno Jerónimo, criando faíscas entre as alunas e alunos lá presentes.
Uma das dificuldades da moda sem género é o fato de, ao longo dos anos, algumas peças de roupa que eram categorizada como “masculinas” começaram a ser usada por mulheres e acabaram por se tornar roupas codificadas como “femininas”, e a partir desse momento os homens param de usá-la. Segundo o professor, “os homens nunca querem usar o mesmo que as mulheres”, a moda é uma representação cultural de distinção entre as pessoas.
Como ultrapassar essa codificação socialmente criada foi o tema da primeira discussão. No ocidente “homem pode usar um salto-alto sem ser repreendido formalmente”, mas não significa que vai ser aceite socialmente, explicou.
Outro assunto que deu caminho para a troca de ideias foi introduzido pela professora Sandra Coelho, e são os impactos ambientais do “fast-fashion”, a moda rápida e descartável, que cria resíduos têxteis e polui os oceanos. Nuno Jerónimo questionou os presentes sobre os impactos do fim da “fast-fashion”, nomeadamente o enorme desemprego que isso geraria. A discussão entre alunos e professores foi longa.
A mesa-redonda foi muito participada, entre oradores e alunos, e quem lá esteve discutiu e expôs as suas ideias. A ideia de fazer uma mesa-redonda ao invés de uma palestra foi bem-vinda tanto pelos professores, quanto pelos alunos, como explicou a aluna de sociologia, Angélica Matias: “Dá mais abertura para nós conversarmos… é menos expositiva” e Nuno Jerónimo confirma a importância da participação geral “num formato mais dinâmico, em que todos possam participar”.