O Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) iniciou a implantação de cardioversores desfibrilhadores implantáveis (CDI), dispositivos médicos, vulgarmente conhecidos por desfibrilhadores cardíacos, usados na prevenção da morte súbita e no tratamento de arritmias malignas.
Após o sucesso da inauguração da Unidade de Pacing e Arritmologia, em maio de 2016, que permitiu realizar até ao momento cerca de 980 procedimentos, nesta área, “o CHUCB tem consolidado a sua experiência no implante e acompanhamento de dispositivos cardíacos, situação que lhe permitiu agora a progressão para a implementação desta nova técnica fundamental”, pode ler-se em comunicado.
O cardioversor desfibrilhador implantável (CDI), semelhante a um pacemaker, mas com funcionalidades adicionais e indicações específicas, desempenha um papel crucial na prevenção da morte súbita, pois monitoriza continuamente o coração, fazendo o diagnóstico e permitindo o tratamento imediato de arritmias potencialmente fatais. Este dispositivo utiliza algoritmos específicos para tratar essas arritmias, e, se necessário for, aplica um choque elétrico no interior do coração.
Os candidatos a receber o CDI são doentes com risco cardiovascular elevado, abrangendo diversas patologias cardíacas, incluindo doença coronária, doenças do músculo cardíaco e doenças arrítmicas primárias.
“Neste âmbito, os benefícios para os doentes da Beira Interior são inúmeros, para além do conforto e segurança, óbvios, pois estes doentes passam a realizar o implante no hospital da sua área de residência, tendo acesso a consultas de follow-up presenciais e por telemonitorização, sem os constrangimentos pessoais associados, e os custos relacionados com deslocações para outras unidades de saúde, nomeadamente: Coimbra, Lisboa ou Viseu”, refere o Centro Hospitalar no mesmo documento.
Para a implantação destes dispositivos no CHUCB, o Serviço de Cardiologia conta com uma equipa multidisciplinar, composta por um médico cardiologista, enfermeiros, técnicos de cardiopneumologia e técnicos de radiologia. Após o implante, o acompanhamento é feito pela unidade de Pacing e Arritmologia do hospital, em colaboração com o médico cardiologista assistente do utente.
Bruno Rodrigues, coordenador da unidade e responsável pela introdução da técnica, refere que “este investimento potencia a diferenciação atual do Serviço de Cardiologia do CHUCB”, considerando que “tudo evoluiu de forma equilibrada” e que “nada seria possível sem o apoio de todas as pessoas envolvidas desde maio de 2016, altura em que foi implantado o primeiro pacemaker no CHUCB”.
O especialista destaca ainda o “relevante papel do diretor do Serviço de Cardiologia, Dr. António Peixeiro, que sempre motivou a evolução de todas as técnicas no serviço, permitindo o crescimento sustentado do mesmo”, bem como “a colaboração dos técnicos da indústria de dispositivos médicos, que contribuíram para este desenvolvimento e, ainda, os colegas de outras Unidades de Pacing e de Arritmologia, que sempre ajudaram no implantes e seguimento dos nossos doentes, e com os quais contaremos sempre, para nos apoiarem nesta evolução gradual”.