No coração da Ribeira da Carpinteira, a tradição têxtil ganha vida com a Inteligência Artificial nas mãos da artista e investigadora alemã Anna Rebecca Unterholzner, também conhecida como Aru.
Durante esta edição da Teias Talk, no passado dia 01 de março, e em conversa com a professora da UBI, Catarina Moura, a artista falou sobre o projeto que está a desenvolver em colaboração com a fábrica New Hand Lab (NHL). “Emotional Threaths: Endless Emotions” é uma reinterpretação da peça têxtil “Endless”, criada por um coletivo de artistas que retrataram as alterações climáticas, a partir das quatro estações do ano da Covilhã.
Segundo Aru, o seu objetivo é fundir a herança têxtil com a computação afetiva, através do recurso a tecnologias de reconhecimento facial, a fim de criar tecidos interativos que mudam em tempo real com base nas emoções humanas. No fundo, todas as emoções dos participantes geram uma única imagem, como se fosse uma “emoção coletiva”, a partir da Inteligência Artificial (IA).
Apesar de recorrer a mecanismos tecnológicos, a “artista multidisciplinar” não encara a IA como uma substituta do ser humano, mas como uma ferramenta de colaboração que amplia as possibilidades criativas. Para Aru, a IA pode inclusive tornar a arte digital mais sustentável no futuro. Ainda assim, não deixa de alertar para os perigos da uniformização do pensamento e da perda da subjetividade individual.
A obra da artista estará disponível online a partir do próximo dia 22 de março, coincidindo com a Trienal de Design da Covilhã.