“Nem menos, nem mais: direitos iguais”

A cidade da Covilhã foi palco da segunda marcha pelos direitos LGBTQIAP+ organizada pela associação Covilhã a Marchar. “Nem menos, nem mais: direitos iguais!”, “eu amo quem quiser tenha o género que tiver” ou “preconceito disfarçado, não obrigado!” foram as frases mais entoadas pelos manifestantes no passado sábado, dia 27 de maio.

O ponto de partida seria no Jardim da Goldra, mas devido à chuva, a marcha começou da Rotunda do Rato. Apesar das condições meteorológicas, o evento contou com mais de uma centena de pessoas de várias nacionalidades que juntas entoaram cânticos contra a homofobia, machismo e racismo.

A marcha começou às 15h30 na Rotunda do Rato acompanhada pela PSP. A multidão vestida com cores vibrantes e cartazes com frases encorajadoras iniciaram o percurso. Os manifestantes seguiram pela rua Marquês D’ávila e Bolama, onde algumas pessoas se encontravam a assistir, muitos em apoio à iniciativa e outros curiosos com o acontecimento. “ Este tipo de iniciativas nunca se viu muito aqui na Covilhã. Acho que as pessoas têm de estar mais informadas sobre estes temas. É bonito ver os jovens sair à rua para lutar pelos seus direitos, demonstra muita coragem e todos devemos apoiá-los” comenta Fernando Domingues habitante da Covilhã.

Margarida Pires, participante da marcha e estudante da UBI conta que “A Covilhã é uma cidade pequena e antes era muito conservadora e por isso é muito importante a realização deste evento”. Diz ainda que enquanto homossexual não me sentia representada na cidade. “Ninguém valorizava os direitos LGBT, mas com a criação desta parada e estes movimentos podemos sentir-nos incluídos e representados” complementa a estudante da UBI. Acrescenta que apesar de tudo, já há mudanças, como a existência do Nosso Bar, um espaço inclusivo que promove a igualdade, e a própria associação Covilhã a Marchar, responsável pela iniciativa.

A marcha prosseguiu até ao Pelourinho, local onde os participantes se reuniram em reflexão e ouviram os discursos dos organizadores da marcha e dos representantes de algumas entidades envolvidas na iniciativa.

 

A representante do Bloco de Esquerda, Camila Cardoso, que esteve presente na primeira marcha LGBTQIAP+ em Portugal, agradeceu pela coragem dos participantes e apelou à liberdade em todos os lugares, não importando a cor, o género ou a orientação sexual.

Os organizadores agradeceram a presença e força dos participantes, mesmo com condições meteorológicas desfavoráveis e prometeram continuar a lutar pelos direitos LGBTQIAP+. “ É sempre importante existirem eventos que reivindiquem direitos que as pessoas não têm no dia a dia. Como vivemos num meio mais rural em relação as grandes cidades, a informação não chega da mesma forma”, disse  Daniel Silva, um dos membros da associação Covilhã a Marchar, que prometeu ainda a continuidade da iniciativa.

Para além desta marcha, a Associação Covilhã a Marchar organiza durante o ano eventos de consciencialização como idas a escolas, sessões de cinema e teatro e tardes de convívio visando incluir e lutar pelos direitos LGBTQIAP+.

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