“Qual a função das cadeias?”

No sábado, 14 de setembro, o autor Vítor Ilharco esteve no Salão Nobre dos Paços do Concelho, para apresentar o seu novo livro “Sistema Prisional Português – Toda a Verdade” no contexto da celebração dos 50 anos do 25 de abril.

De volta a uma “terra do meu coração”, Vítor Ilharco apresentou o livro de que é autor, a que se seguiu uma sessão de debate sobre o tema, o Sistema Prisional Português e as condições das cadeias e direitos dos reclusos, que contou ainda com a participação do desembargador Jubilado Eurico Reis e com o jurista António Garcia Pereira.

O autor, que é também secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), destacou que: “falar do Sistema Prisional, falar do meu livro é também falar da APAR”. Aproveitou ainda para realçar o trabalho feito pela associação e sensibilizar para algumas situações a que os reclusos são expostos.

“Um livro que representa por si só um ato de coragem, usando este direito que o 25 de abril nos deu de questionar e de alertar sem medos (…) Vítor Ilharco abalançou-se na missão de nos dar informação fundamentada, de analisar e refletir sobre o que pode estar errado e de nos deixar um grito de alerta sobre o sistema prisional.”, disse Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã numa pequena intervenção, acrescentando ainda que o que Vítor Ilharco fez foi “agitar águas num mar que muitos querem calmo, preferindo ignorar o que ele esconde.”

Eurico Reis lamentou que a fuga recente dos cinco reclusos de Vale de Judeus “vai criar obstáculos à discussão do essencial” que afirma ser a “função social das cadeias e quais as pessoas que têm mesmo de ficar presas”. O autor lamentou ainda que as cadeias sejam, neste momento, “depósitos de presos e escolas de criminalidade.”.

A sessão abordou fortemente os direitos dos reclusos, aos quais foram “negados os principais direitos” – defendeu António Garcia Pereira, como o direito ao voto, saúde e ocupação profissional.

 

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