Campos Melo e APPACDM criam painel de Arte Urbana na Covilhã

Os membros da associação da APPACDM. Fotografia de Claudia Monteagudo.
O projeto WOOL+ tem o objetivo de tornar mais inclusivo o talento da cidade, e com esse fim a Escola Campos Melo e a APPACDM estão a criar um mural com elementos característicos da Serra da Estrela que irá integrar a Rota de Arte Urbana da Covilhã.

O programa WOOL+, pela mão do artista plástico e ilustrador Bruno Mantraste, irá criar esta parede com mais de mil azulejos pintados pelos utilizadores da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental) e por alunos do 11º ano do Curso de Artes Visuais da Escola Campos Melo. 

Com esta obra o coletivo WOOL busca ampliar a Rota de Arte Urbana e, por sua vez, contribuir para a integração de pessoas com diversidade funcional na população. Steve, um dos membros da APPACDM, explica: “Temos capacidade para tudo”. 

Todas as sextas-feiras, desde o passado mês de janeiro, os protagonistas desta obra coletiva reúnem-se na Escola Campos Melo, lugar onde se leva a cabo a pintura dos mais de mil azulejos que se colocarão, no próximo dia 20 de abril, numa obra com vista para a serra, perto da sede da APPACDM. Ana Fidalgo, professora na Escola Campos Melo, afirma que o WOOL+ pretende “formar gerações mais inclusivas e activistas, romper barreiras e preconceitos”.

Este novo mural acrescenta-se à já extensa lista de obras de arte urbana que adornam as ruas da Covilhã, prestando homenagem ao passado histórico da cidade, como um dos centros de produção de lã mais importantes do país. Os azulejos serão decorados com elementos que aludem à Serra da Estrela como homenagem à cidade da Covilhã. 

Cecilia, jovem utente da associação, conta que no atelier desenham ovelhas, andorinhas e outros temas alusivos à cidade.  Os estudantes que participam na criação do mural consideram que o projeto “é muito vantajoso porque nos dá a oportunidade de conhecer e relacionarmo-nos com muitas pessoas”. 

Apesar de ainda faltarem algumas sessões para terminar a obra, os jovens da APPACDM mostram, com a sua dedicação, o que são capazes de fazer, e consideram que este trabalho faz com que se sintam mais integrados na comunidade. O Animador Cultural da APPACDM, João Gomes, conclui que “deste modo conseguem mostrar à sociedade que podem fazer o que também fazem as chamadas pessoas ‘normais’. São capazes de fazer muito mais e melhor do que o que a maioria das pessoas julga”. 

 

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